O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi preso na quarta-feira (10), enquanto prestava depoimento à Polícia Federal na Operação Cash Delivery – que investiga pagamento de propinas em campanhas eleitorais dos tucanos.
Perillo foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as revelações de ex-executivos da Odebrecht em acordo de colaboração premiada. Nos depoimentos, eles relataram o pagamento ao tucano de R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014 em troca de favorecimento à empreiteira em contratos no Estado.
A assessoria de comunicação da PF informou que o mandado é de prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Perillo já havia sido alvo de busca e apreensão dia 28, quando a Cash Delivery foi deflagrada. Na ocasião, escapou de ser preso porque disputava a eleição para o Senado e a legislação eleitoral proíbe que candidatos sejam presos 15 dias antes e dois dias depois das eleições. Ele recebeu apenas 416.613 votos e não conseguiu se eleger.
Cinco pessoas foram presas na operação, todas ligadas ao tucano. Jayme Rincón, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincón, Márcio Garcia de Moura – policial militar e motorista de Rincón –, o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e o advogado Pablo Rogério de Oliveira.
Jayme Rincón, que é ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e foi coordenador financeiro de campanha eleitoral em 2010, disse à PF que “recursos” para campanhas de candidatos aliados foram entregues pela Odebrecht a seus motoristas no apartamento que tem em São Paulo.
Ele foi solto dias depois de prestar depoimento. Rodrigo Godoi Rincón, Carlos Alberto Pacheco Júnior e o advogado Pablo Rogério de Oliveira também foram soltos.
Na denúncia, Marconi Perillo é citado como líder do esquema. Jayme Rincón é apontado como braço-direito do ex-governador, responsável pela entrega do dinheiro solicitado pelo político.