Em nota eles denunciam estarem sendo vítimas de “ilegalidade”, “injustiça” e “perseguição”
Os ex-governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, foram presos pela Polícia Civil na manhã da quarta-feira (30/10).
Eles foram presos em casa, no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
É a quinta vez que Anthony Garotinho é preso e a terceira vez de Rosinha Matheus.
A prisão aconteceu após o Tribunal de Justiça do Rio derrubar, na terça-feira (29), a liminar que concedeu habeas corpus aos dois em setembro, dois dias após serem presos.
A Justiça acatou pedido do Ministério Público (MP), que alegou que os ex-governadores estão interferindo nas investigações e ameaçando uma testemunha-chave.
Eles são investigados por superfaturamento em contratos entre a prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares.
Garotinho vai para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte. Já Rosinha vai para a cadeia feminina Nelson Hungria, no Complexo de Gerincinó, na Zona Oeste do Rio.
A defesa dos ex-governadores anunciou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “A ordem de prisão é ilegal e arbitrária, pautada apenas em suposições e conjecturas genéricas sobre fatos extemporâneos, que supostamente teriam ocorrido entre os anos 2008 e 2014″, afirmou o advogado Vanildo José da Costa Junior.
Em nota, o casal de ex-governadores afirma que:
“Desde que denunciei a quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral, com braços no legislativo, no Ministério Público como já ficou provado e também em outros poderes do Estado a perseguição contra meu grupo político e minha família tornou-se insuportável. É um verdadeiro massacre que fazem contra nós. Todos os tipos de ilegalidades, injustiças cometidas pelo Ministério Público de Campos, membros da Polícia Federal de Campos e dois juízes tem sido feitos contra nós”.
“Para se ter ideia, para justificar essa prisão preventiva ilegal sem nenhum fato concreto usaram as palavras mentirosas de uma testemunha que já mudou seu depoimento mais de seis vezes e já foi considerada sem fé pública por um Ministro do STF”, prossegue.
Leia a íntegra da nota:
“NÃO ME CALARÃO
Desde que denunciei a quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral, com braços no legislativo, no Ministério Público como já ficou provado e também em outros poderes do Estado a perseguição contra meu grupo político e minha família tornou-se insuportável. É um verdadeiro massacre que fazem contra nós. Todos os tipos de ilegalidades, injustiças cometidas pelo Ministério Público de Campos, membros da Polícia Federal de Campos e dois juízes tem sido feitos contra nós. Nesta última acusação seis Desembargadores se deram por impedidos para julgar a acusação.
Meus adversários nunca respondem aos meus desafios. Onde está o dinheiro que supostamente teria sido desviado? Não temos mala como Geddel e Rocha Loures. Não temos contas no Exterior e mansões como Sérgio Cabral. Não temos fazendas e vacas milionárias como Picciani. Não encontram nada, porque não roubamos! Eu estou sendo vítima de uma parte do aparato judicial do nosso Estado. Para se ter ideia, para justificar essa prisão preventiva ilegal sem nenhum fato concreto usaram as palavras mentirosas de uma testemunha que já mudou seu depoimento mais de seis vezes e já foi considerada sem fé pública por um Ministro do STF.
Transcrevo o trecho que foi considerado ameaça: “disse que passou um carro por ela, abaixou o vidro e disse para não mexer com o líder senão ela morre”.
Qual a placa do carro? Ela não se lembra. Detalhes de como era o motorista? Ela também não se lembra. Isso não pode ser considerado como prova contra ninguém. Alerto aos meus companheiros e amigos que fiz graves acusações ao Ministério Público Federal em Brasília e estou sofrendo por causa daqueles que temem como disse o juízo Marcelo Bretas que a lavajato chegue ao judiciário. Continuo confiando que a maioria da justiça é composta por pessoas do bem que não se intimidarão diante do que ocorre hoje em nosso Estado. Tudo que tenho afirmado ao longo desses anos enviei ao CNJ e ao Conselho Nacional do Ministério Público e espero que providências sejam tomadas.
Anthony e Rosinha Garotinho”
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