Ex-ministro de Bolsonaro e deputados são alvos da PF; ex-presidente do INSS é preso

Ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi preso, e ex-ministro da Previdência, José Carlos de Oliveira, vai usar tornozeleira. Dinheiro apreendido pela operação da PF (Fotos: Agência Brasil - Reprodução - PF)

Investigação apura esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões que atingiu milhões de beneficiários em todo o País

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga esquema de fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do INSS.

Entre os alvos estão o ex-ministro da Previdência de Jair Bolsonaro (PL), José Carlos Oliveira, que mudou de nome para Ahmed Mohamad, e o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, preso nesta manhã.

Oliveira foi ministro entre março de 2022 e janeiro de 2023 e terá de usar tornozeleira eletrônica, por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Além do monitoramento, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-ministro.

Outro alvo é o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), também investigado por participação no esquema.

EX-CÚPULA DA PREVIDÊNCIA

A ofensiva atinge ex-dirigentes da cúpula da Previdência e do INSS. Stefanutto foi afastado e demitido do comando do órgão em abril, após vir à tona o esquema de descontos associativos não autorizados, lançados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas.

As cobranças, supostamente ligadas a associações de classe, eram feitas sem consentimento dos segurados, o que reduzia o valor depositado mensalmente. Segundo o INSS, milhões de beneficiários foram lesados.

TAMANHO DA FRAUDE

De acordo com dados do próprio INSS:

• 6 milhões de beneficiários disseram não reconhecer os descontos; e

• 4,8 milhões confirmaram irregularidades e estão aptos a receber devoluções.

Os reembolsos começaram a ser pagos em parcela única, e o prazo para contestação foi prorrogado até 14 de fevereiro de 2026.

OPERAÇÃO NACIONAL

A ação é conduzida pela PF, em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), e cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva em 17 Estados e no Distrito Federal.

Os investigados podem responder por inserção de dados falsos em sistemas públicos, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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