Após 13 meses de manifestações e protestos antirracistas, o ex-policial branco Derek Chauvin foi condenado nesta sexta-feira (25) a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato, em Minneapolis, do ex-segurança negro George Floyd.
A sentença é inferior aos 30 anos solicitados pela Promotoria, que alerta que, com boa conduta, Chauvin – de 45 anos – poderá sair em liberdade condicional após cumprir dois terços da pena.
Saudando a decisão como “histórica”, o advogado da família de Floyd, Ben Crump, disse que ela aproximava os familiares da vítima e os Estados Unidos, que deram “um passo a mais rumo à reconciliação”.
Em abril, um júri já havia declarado Chauvin culpado em todas as três acusações de homicídio contra Floyd: por causar a morte, sem intenção, por meio de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana; negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte de Floyd e homicídio culposo.
O juiz Peter Cahill disse que reconhecia a “profunda e enorme dor suportada pela família Floyd”, mas que não baseou sua decisão na “emoção ou simpatia” e nem “na opinião pública”. Para Cahill, foram levados em conta vários agravantes, como o fato de que ao asfixiar Floyd com o joelho no dia 25 de maio de 2020, Chauvin “abusou de sua posição de confiança e autoridade”, atuou com “com grande crueldade” e, além disso, cometeu o crime em frente a uma criança e atuou com o apoio de um grupo.
Após o anúncio da sentença, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que não conhecia todas as circunstâncias que foram levadas em conta, porém “considerava que, segundo as normas, era o que parecia ser adequado”.
ALGEMADO E JOGADO NO CHÃO
No ano passado, Chauvin havia tentado deter George Floyd por suspeitar de que tivesse utilizado um bilhete falso de 20 dólares para comprar cigarros. Ao lado de outros três policiais, o derrubaram no chão, algemado. Logo depois, ajoelhado sobre o pescoço do afrodescendente por quase dez minutos, o racista se fez indiferente às súplicas da vítima e de quem passava, mesmo quando era óbvio que o coração começava a parar de bater. Imagens apresentadas mostraram que Floyd não ofereceu resistência à abordagem policial.
A cena foi filmada com um celular e divulgada nas redes pela jovem Darnella Frazier e rapidamente provocou uma onda de protestos em todo o mundo, fazendo com que o julgamento fosse seguido por milhões de pessoas. Darnella recebeu mensão especial do Prêmio Pulitzer, a premiação mais importante de jornalismo nos EUA.