Há quase oito anos, em 20 de outubro de 2011, o líder líbio Muammar Kadafi foi assassinado, pondo fim às suas inúmeras tentativas de interromper a exploração estrangeira do continente africano, afirmou o seu ex-porta-voz, Moussa Ibrahim, em recente entrevista ao site Rússia Today (RT).
De acordo com Moussa, foram os meses de bombardeios indiscriminados realizados pela Otan
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) quem garantiu a base de sustentação para que as forças mercenárias ganhassem terreno, o que acabou levando à prisão, tortura e execução sumária de Kadafi. Uma campanha criminosa que levou à morte de milhares de inocentes, denunciou, justificada por “notícias” que comprovaram-se posteriormente falsas, pois visavam tão somente desconstruir a imagem do líder junto ao seu povo e à comunidade internacional.
O ex-porta-voz recordou em pormenores ao programa Going Underground, da RT, que a Líbia de Kadafi teve várias iniciativas que acabaram sendo altamente prejudiciais aos objetivos das potências ocidentais na África, incluindo a criação de uma nova moeda lastreada em ouro, um banco central africano e uma força militar pan-africana. Então, o governo líbio precisou ser destituído e o país destruído, como muitos outros que quiseram trilhar um caminho soberano.
“Olhe para a Líbia agora. Assassinatos, conflitos civis, guerra tribal, terrorismo, roubo de riqueza nacional. O que isso lembra a você? Iraque, Síria, Afeganistão, Iêmen. É a mesma história acontecendo toda vez”, condenou. Moussa ressaltou que incentivar as divisões locais para enfraquecer uma nação-alvo é uma tática que vem sendo aperfeiçoada ao longo de décadas de colonialismo e pós-colonialismo. “É o gerenciamento de crises. O que você faz é chegar ao cotidiano de um país e introduzir o caos através da guerra, conflito interno, divisão religiosa, ocupação – qualquer que seja o meio que você tenha à disposição. E então continue o caos, você gerencia a crise”, sublinhou