
Além do escândalo de assédio sexual que enojou o país, as viagens do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foram marcadas pela mais deslavada farra com dinheiro público. As mordomias incluíram jatos alugados, hospedagem de grandes comitivas em hotéis de luxo e carros blindados para os deslocamentos.
Segundo dados divulgados pelo jornal “Folha de S.Paulo”, obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação), a mamata teve um custo total de R$ 9,4 milhões até março deste ano.
As viagens do programa Caixa Mais Brasil, realizadas pelo ex-presidente do banco público, tiveram custo médio de R$ 70 mil de cada uma delas.
Nas 134 edições do programa, que ocorriam sempre em finais de semana, além de gozar do conforto de resorts em Natal e Porto Seguro, por exemplo, o então presidente da instituição também recebia diárias no valor de US$ 77 por dia.
Considerando uma média de três dias por evento, Pedro Guimarães tinha um ganho extra de aproximadamente R$ 165 mil – já que costumava ir na sexta e voltar no domingo.
O valor era pago integralmente, pois as despesas de hospedagem e alimentação eram custeadas pela Caixa.
O ex-presidente da instituição também não dispensava regalias nababescas. Segundo relatos de pessoas que participaram da organização dos eventos, o tratamento dispensado ao executivo deveria ser semelhante ao de presidente da República.
A equipe de produção não era autorizada a falar com Pedro Guimarães e só podia se dirigir a ele caso fosse abordada pelo próprio. De acordo com essas pessoas, era proibido, até mesmo, rir mais alto do que Guimarães durante os eventos.
Questionado sobre os gastos das viagens, o ex-presidente do banco público afirmou que “todos os custos dos eventos relacionados ao Caixa Mais Brasil seguiram os protocolos e normas do banco”.
Por meio de seu advogado, José Oliveira Lima, ele alegou que os gastos com o programa “podem ser considerados como investimentos, pois produziu benefícios para a população e gerou para o banco economia muitas vezes superior ao que foi gasto”.