Em nova etapa deflagrada da Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público prenderam o banqueiro Eduardo Plass e duas sócias minoritárias por lavagem de mais de R$ 90 milhões envolvendo joalheria de luxo. O esquema envolvia bens do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.
A operação Hashtag tinha como propósito sair as ruas para cumprir quatro mandatos de busca e apreensão e a prisão de Eduardo Plass e mais duas sócias minoritárias. Eduardo foi presidente do Banco Pactual e é sócio majoritário do TAG Bank, no Panamá, e da gestora de recursos OPUS, todas citadas em esquemas da Lava Jato anteriormente.
As sócias minoritárias da gestora Opus Maria Kós e Priscila Iglesias conseguiram habeas corpus e deixaram a prisão no Rio de Janeiro ontem à noite. As executivas permanecerão em prisão domiciliar.
O esquema consistia no recebimento de dinheiro em espécie dos diretores administrativos da joalheria H.Stern, e posteriormente, transferência no exterior de valores de uma conta sob o controle de Plass para uma empresa offshore (empresa e contas bancárias em territórios onde há menor tributação para fins geralmente ilícitos) de fachada, que ainda, transferia os valores para outra empresa offshore de fachada e por fim, transferia os valores para a empresa holding do grupo da joalheria.
Para dar aparência de legalidade às transações, a equipe de Plass assinava contratos fictícios de empréstimos com os diretores da H.Stern, muitos deles com datas retroativas falsas, forjados como se fossem empréstimos.
“Plass pegava os valores que a joalheria recebia em espécie, tanto da organização criminosa do Cabral quanto de outras compras feitas também em espécie, sem nota fiscal”, afirmou o procurador da república, Almir Teubl Sanches.
Segundo a Lava Jato, o banqueiro já havia sido conduzido coercitivamente, quando foi deflagrada a Operação Eficiência, onde apurou a ocultação de mais de U$ 100 milhões de Sérgio Cabral no exterior.