O ex-vice-presidente da Argentina durante a gestão de Cristina Kirchner, Amado Boudou, foi preso dia 3, acusado de enriquecimento ilícito.
A ordem de prisão partiu do juiz Ariel Lijo, que investiga o político também por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Para o magistrado, havia o risco de Boudou tentar impedir as investigações. O advogado do réu, Eduardo Durañona, disse estar “surpreso” com a detenção. “Está se falando de associação ilícita quando em nenhuma das causas em que [Boudou] é investigado se imputou sob nenhum conceito este delito”, prosseguiu Durañona.
O movimento político Unidade Cidadã (UC) presidido por Cristina Kirchner, senadora recém eleita pela província de Buenos Aires, responsabilizou o atual governo de Mauricio Macri pela investida judicial contra dirigentes opositores.
Coincidentemente, o juiz que determinou a prisão do ex-vice-presidente é o mesmo que investiga a causa do Correio Argentino, na qual estão imputados Macri e sua família, como donos da empresa SOCMA, que tem uma dívida de aproximadamente 13 bilhões de reais com o Correio Argentino da qual o presidente tentou se auto-perdoar.
O texto acrescenta que o plano do Executivo “consta de dois claros objetivos: por um lado, atemorizar qualquer dirigente que tente se opor a esta segunda fase de ajuste e investida contra os direitos dos trabalhadores. Por outro, distrair a cidadania argentina impondo uma agenda judicial, enquanto se implementam no plano econômico e político as diferentes reformas anunciadas dias atrás contra os trabalhadores, os aposentados e a sociedade em geral”.
Cristina apoiou a mais ampla investigação de todos os funcionários de seu governo, mas exigiu que sejam apresentadas provas claras.