O Exército confirmou o afastamento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, de todas as suas funções nas Forças Armadas.
O afastamento foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na esteira da liberdade provisória concedida ao ex-ajudante de ordens, que fechou um acordo de colaboração premiada nas investigações sobre crimes do governo Bolsonaro.
O Exército disse em nota que “cumprirá a decisão judicial expedida pelo ministro Alexandre de Moraes e o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função”.
Junto com a negociação da colaboração, a defesa de Mauro Cid fez um pedido de liberdade provisória até o julgamento.
Mauro Cid esteve preso, até sábado (9), no Batalhão do Exército de Brasília por fraude em cartões de vacinação. Os cartões de Cid e seus familiares, assim como de Jair Bolsonaro e sua família, foram fraudados antes da viagem aos Estados Unidos, em dezembro de 2022. Nenhum deles se vacinou contra Covid-19.
A colaboração premiada de Mauro Cid também vai tratar do caso das tratativas e planos golpistas que foram feitos na cúpula do governo de Jair Bolsonaro. No celular de Cid, a PF encontrou conversas e documentos sobre uma intervenção que impediria a posse de Lula.
O ex-ajudante de ordens também está envolvido no desvio e venda de joias da Presidência. Os objetos de luxo, que foram presentes de países estrangeiros, foram levados no avião presidencial para os Estados Unidos e vendidos em lojas especializadas. O dinheiro foi para os cofres de Jair Bolsonaro.
Há ainda uma investigação por uma invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada pelo hacker Walter Delgatti Neto. Em depoimento, o hacker contou que Jair Bolsonaro propôs ataques contra as urnas eletrônicas.