Exército explica que compra de blindados “se justifica por atualização tecnológica”

Foto: Reprodução
Nota do comando da Força afirma que o contrato que seria assinado na segunda-feira (5), quando a compra foi suspensa pela Justiça, era apenas de “duas amostras do blindado Centauro II 8×8, que serão testadas pelo Centro de Avaliação do Exército”

O Exército divulgou uma nota afirmando que a aquisição de blindados italianos, suspensa por decisão do TRF-1, serviria para a renovação da tropa e “atualização tecnológica”. O valor total, segundo a nota, seria de R$ 3,3 bilhões.

O documento é assinado pelo general Julio Cesar Palú Baltieri, chefe do Centro de  Comunicação Social do Exército.

O general afirma que a aquisição visava a substituição de “parte da frota de blindados EE9 (Cascavel), que chegou ao final de sua vida útil após quatro décadas de exaustiva utilização”.

“A compra se justifica por atender à evidente necessidade de atualização tecnológica desse tipo de material”, continua.

Julio Cesar Baltieri afirma que o contrato que seria assinado na segunda-feira (5), quando a compra foi suspensa pela Justiça, era apenas de “duas amostras do blindado Centauro II 8×8, que serão testadas pelo Centro de Avaliação do Exército”.

“Somente após a aprovação desses protótipos, o contrato principal será assinado, visando à obtenção de um total de 98 veículos a longo de 5 anos, de acordo com a disponibilidade orçamentária da Força Terrestre, totalizando um investimento, estimado de R$ 3,3 bilhões”, disse o general.

A nota do Exército fala, ainda, que a aquisição “contribuirá, internamente, para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID), com a criação de novos empregos e a participação efetiva de empresas nacionais na produção da viatura em território nacional”.

O contrato previa que os veículos italianos seriam apenas montados no Brasil pela empresa estrangeira Iveco, em sua planta em Sete Lagoas (MG).

A compra foi suspensa por decisão do desembargador Wilson Alves de Souza, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O desembargador apontou que a aquisição “não atende aos pressupostos de conveniência e oportunidade, pois é evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso”.

Isso porque a aquisição, estimada inicialmente em R$ 5 bilhões, estava sendo realizada ao mesmo tempo em que R$ 5,7 bilhões foram cortados de áreas como Saúde e Educação por decisão do governo Bolsonaro.

O Ministério da Educação perdeu R$ 1,68 bilhão, enquanto a Saúde perdeu R$ 1,65 bilhão. O Ministério da Ciência e Tecnologia, por sua vez, ficou sem R$ 450 milhões.

O TRF-1 entendeu que não há emergência para essa compra, uma vez que os 98 blindados representam uma renovação de apenas 5% da frota.

Leia a nota na íntegra:

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