Assim que foi alvo da operação, o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto foi desligado do curso que fazia no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington
O Exército Brasileiro montou uma operação para trazer de volta ao Brasil o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, um dos militares golpistas que foi alvo da Operação Tempus Veritatis (Hora da verdade), deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal. Além de Corrêa, outros três militares foram presos na operação da PF.
O conspirador está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro de 2022. O pretexto para se afastar do Brasil foi a realização de um curso de medidas administrativas no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington. Com a decretação da prisão, o Exército está providenciando a passagem de volta para que o coronel retorne ao Brasil. Ele fará a viagem escoltado por um oficial da Força.
Logo após ter sido alvo da operação, o coronel Corrêa Netto foi desligado do curso no Estados Unidos. O militar golpista, que estava no núcleo operacional da trama orquestrada por Bolsonaro para golpear a democracia, deverá ser recebido no aeroporto de Brasília por agentes da Polícia Federal. Depois, assim como os outros militares alvos da operação, ficará preso em área militar.
De acordo com as investigações, Corrêa Netto cumpriria a função de convocar reuniões com militares das chamados Forças Especiais (FE) para atuarem nas agitações nas portas dos quartéis e nas invasões do 8 de janeiro 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. O grupo, também conhecido por “Kids pretos”, é preparado para atuar em situações que envolvem sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.
A PF pediu a prisão do coronel com o argumento de que a permanência dele nos Estados Unidos poderia caracterizar uma fuga da Justiça. “Somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior, há indícios de que o militar agiu para escapar do alcance de investigações e, consequentemente, de responsabilização criminal. Por esses motivos, a corporação pediu a prisão preventiva dele”, diz a PF.