O Exército decidiu prorrogar por 20 dias a investigação sobre a conduta de militares da instituição que atuavam no Palácio do Planalto, durante a invasão à sede administrativa do governo federal por bolsonaristas criminososo, no dia 8 de janeiro, em Brasília.
O prazo inicial para a investigação ser concluída era de 40 dias, mas a instituição pediu a prorrogação ao Ministério Público Militar para realizar mais diligências.
O Inquérito Policial Militar (IPM) tem como alvos oficiais e praças do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) que atuaram naquele dia dentro do Planalto. O objetivo é esclarecer se houve erros, omissão ou conivência com invasores e apurar responsabilidades dos militares que deveriam proteger a sede da Presidência da República, que sofreu depredação durante a invasão dos extremistas.
Entre os alvos da investigação, está o coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, que atuava como comandante do Batalhão da Guarda Presidencial naquele dia. Ele foi transferido do cargo, algo que já estava acertado antes dos atos golpistas cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro, que pretendiam forçar uma intervenção militar.
Em vídeos, o coronel Fernandes foi flagrado discutindo exaltado com policiais militares da Tropa de Choque da Polícia Militar do DF, que entravam no Palácio do Planalto para efetuar prisões.
O BGP é uma das tropas especializadas na proteção do Planalto, e não havia sido mobilizada em efetivo suficiente.
Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República dispensou um pelotão com 36 militares do Choque, preparados para controle de distúrbios civis, que poderiam ficar de prontidão. Somente depois dos ataques começarem houve pedidos de reforço.
O GSI disse que a guarnição de serviço no Palácio já estava reforçada com tropa de choque do BGP, sem revelar o efetivo. O restante estava em prontidão, mas a alguns quilômetros dali, aquartelado no Setor Militar Urbano. Para o deslocamento são estimados 30 minutos.
Os atos criminosos também motivaram a troca do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, em 21 de janeiro. Em seu lugar, foi nomeado para comandar a instituição o general Tomás Paiva.