Durante o avanço das forças sírias para a libertação da região de Guta Oriental, uma unidade do Exército Sírio descobriu, no dia 13, uma fábrica que os terroristas usavam para manufaturar produtos químicos tóxicos a serem utilizados em armamentos.
A informação foi transmitida à agência síria de notícias, SANA. Os militares fotografaram retratos da caldeira, com dispositivos de medição de pressão, foto de um laboratório com tubos de ensaio, aparelhos de mixagem de produtos, de aquecimento, além de materiais diversos, e galões com a matéria-prima usada nesta finalidade.
A localidade onde foi encontrada a fábrica, um prédio de dois andares e um porão, é a aldeia de al-Shefunieh, que até o dia 13 estava nas mãos de integrantes do bando Jaish Al Islam, braço da Al Qaeda que invadiu a Síria, o que foi comprovado com a localização de cartas e livros de origem saudita.
Segundo papéis com instruções e rótulos nos produtos encontrados, há aqueles que são de “origem saudita” enquanto que as máscaras utilizadas na proteção dos operadores “são de origem ocidental”.
Este é o segundo laboratório localizado pelas forças sírias que avançam na região de Guta. No dia 12, o coronel Feruz Ibrahim, no comando de uma das colunas que avançam na região, denunciou que sua tropa localizou um laboratório para o fabrico de armas químicas na aldeia liberada no mesmo dia, a de Aftris.
Achados que comprovam as denúncias, como as já expressas pelo representante permanente da Síria na ONU, Al Jaffari, de que o governo sírio está de posse de informações de que as hordas terroristas estão instruídas a simular ataques com armas químicas na região para colocar a culpa no governo sírio e justificar uma intervenção estrangeira em socorro aos terroristas que estão com os dias contados no último bolsão sob controle adverso próximo à capital do país.
No dia 12, o vice-ministro do Exterior da Síria, Faisal Mekdad, afirmou que a Síria “está pronta a acompanhar qualquer investigação sobre ataques químicos no país, mas as organizações internacionais negam-se a cooperar e a participar de pesquisa no local”.
AMEAÇA E RESPOSTA
O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, conhecido pelo apelido de Mad Dog, já expressou ameaças, ao afirmar que “seria muito pouco inteligente” da parte das forças governamentais sírias o uso de “armas com gás”.
Evidente que não haveria nada de inteligente da parte dos sírios ou russos fornecerem pretexto para qualquer tipo de intervenção norte-americana cujo único fito é socorrer os terroristas em seu insano serviço de desestabilizar e dividir a Síria.
O chefe de Estado Maior, russo, general Valery Gerasimov, alertou, em resposta imediata, que se vidas de russos, em serviço, forem colocadas em risco, seu país responderá. “Há muitos representantes russos no Centro de Conciliação de Lados Opostos e outros russos a serviço em Damasco e atendendo em plantas de defesa sírias”, acrescentou Gerasimov.
“Em qualquer caso, se pessoal militar russo sofrer riscos, as Forças Armadas Russas, vão responder na medida certa tanto aos mísseis quanto aos lançadores dos projéteis”, advertiu.
O avanço das forças sírias, além de liberar diversas das aldeias sob ocupação na região, conseguiu permitir a entrada com segurança de comboios humanitários, levando medicamentos e alimentos, como também possibilitou a criação de vias de saída para os que quiserem escapar das mãos dos terroristas.
Moradores que escaparam (cerca de 150 até o dia 14) já começaram a relatar histórias sobre o sofrimento que lhes foi imposto pelos ocupantes de Guta, durante o longo período em que os bandos mandaram na região. Uma das mulheres agora em abrigo instalado especialmente para receber os que saem do sufoco, relata: “Sabíamos que eles não iam distribuir os produtos entregues pelos comboios. Eles sequestravam os produtos que eram para ser distribuídos gratuitamente e cobravam um alto preço por eles”.
Um senhor de 60 anos informou: “No meu caso”, declarou, “a dor que cheguei a sentir era tanta que eu queria morrer. Eu não tinha dinheiro para comprar os remédios nas mãos deles”.
NATHANIEL BRAIA