
O policial Rodoviário Federal Fernando César Oliveira tomou posse e assumiu o comando da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná. Ele ocupa o cargo de superintendente regional antes pertencente a Antônio Paim. A troca de comando aconteceu no período da manhã com uma solenidade realizada na sede da Superintendência Regional da PRF, em Curitiba.
Há quase três anos o policial foi exonerado do cargo de chefe do núcleo de comunicação da PRF-PR por bater de frente com o governo Bolsonaro.
Logo após ser entrevistado no “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, demonstrando preocupação com o afrouxamento da quarentena, o aumento das mortes nas rodovias e o possível colapso do sistema hospitalar durante a pandemia de Covid-19, perdeu o cargo e voltou para a “pista”, que é como os policiais rodoviários chamam o trabalho feito nas estradas. Ficou lá por quase três anos.
Com a derrota de Bolsonaro, no entanto, entendeu que as coisas poderiam mudar. “Mas eu esperava no máximo um convite para voltar para a comunicação, nunca imaginei mais do que isso”, diz Oliveira.
No final de 2022, recebeu um telefonema do ex-deputado federal Doutor Rosinha (PT-PR). O político pedia autorização para sugerir o nome do policial ao novo governo eleito como alternativa para chefiar a Superintendência do Paraná. Os dois já se conheciam.
Antes de entrar para a PRF, em 2013, Oliveira foi seu assessor de imprensa. Mas o processo da nomeação, no entanto, só foi concluído em 13 de março.
“Até uma semana antes, tudo o que eu sabia era que o meu nome estava na mesa, sendo avaliado”. Fernando Cesar Oliveira é o primeiro policial rodoviário do Paraná a ascender direto da “pista” para a chefia do órgão.
RESGATAR A IMAGEM DA INSTITUIÇÃO
Em seu discurso de posse, Oliveira destacou a necessidade de utilizar radares e promover a fiscalização das rodovias, pediu mais efetivo administrativo e ressaltou a importância de recuperar a imagem da PRF que foi “instrumentalizada” durante as manifestações e bloqueios de rodovias no fim de 2022.
“Espero que a Polícia Rodoviária Federal consiga resgatar sua imagem de polícia cidadã, desvinculada de partidos e governos. Uma polícia eficiente e preocupada com os direitos humanos, o que inclui os direitos de seus servidores. Somos um órgão de Estado, que deve executar as políticas públicas definidas pelo governo eleito, mas sempre de acordo com o que prevê a legislação. É inegável que a PRF teve sua imagem afetada negativamente nos últimos anos”, disse.
“Temos muito trabalho pela frente. Estou otimista. Acredito que a PRF reúne totais condições para recuperar a credibilidade e o respeito da sociedade brasileira. Temos uma história a ser preservada. Eventuais erros devem ser reconhecidos e servir de lição para o futuro. Independentemente de qualquer posição ideológica individual, todo brasileiro ou brasileira precisa confiar no trabalho de suas polícias. À frente da PRF, vamos trabalhar para reconstruir essa relação de confiança”, afirmou.