“A experiência da Palestina evoca o sofrimento e história de segregação e opressão racial da África do Sul”, declarou o ministra sul-africana de Relações Internacionais, Naledi Pandor.
A ministra se encontrou com o chanceler palestino Riad Maliki, durante o segundo encontro com os embaixadores palestinos na África, realizado nesta terça-feira, dia 26, na cidade sul-africana de Pretoria.
Segundo a ministra, o governo da África do Sul tem expressado preocupações de que a continuada ocupação israelense em parcelas da Cisjordânia e a construção de assentamentos judaicos nos territórios palestinos “é expressão de exemplos claros de violação da lei internacional”, em meio ao conflito Israel/Palestina de longa duração.
“Na condição de sul-africanos oprimidos experimentamos os efeitos da desigualdade racial, discriminação e alienação de tal forma que não podemos passar ao largo quando mais uma geração de palestinos é deixada para trás”, esclareceu Pandor.
De acordo com ela, Israel deveria ser, sim, qualificado como Estado de Apartheid e a Assembleia Geral da ONU deveria constituir um comitê para verificar se Israel se enquadra nesta condição.
O ministro do Exterior da Palestina, Riad Malki, que participou do fórum deu entrevista à rádio estatal South African Broadcasting Corporation (SABC), após o encontro. “Se existe um conjunto de países que pode compreender o sofrimento e a luta por liberdade e independência do povo palestino, é o continente africano e os povos da África”, declarou Malik.
LAÇOS QUE UNEM
A primeira embaixada palestina na África do Sul foi acreditada em 1995, marcando o começo de relações diplomáticas entre os dois países. Desde então a África do Sul tem se esmerado em dar apoio à causa palestina.
“Nossa posição com relação à Palestina tem sempre sido clara, consistente e convergente com a comunidade internacional”, declarou ainda a ministra Pandor.
Ela mencionou dois informes, o primeiro do Centro de Direitos Humanos, Al-Mezan, com sede na Faixa de Gaza, segundo o qual 5.418 palestinos foram mortos em operações militares israelenses em Gaza nos últimos 15 anos, incluindo 1.246 crianças e 488 mulheres.
O outro informe é de uma comissão da ONU que investigou violações dos direitos humanos na Palestina ocupada, incluindo Jerusalém Leste, determinou que Israel é responsável por graves agressões a palestinos.
“Estes informes são significantes no sentido de elevar a consciência global sobre as condições às quais os palestinos são sujeitos e fornecem o apoio a um amplo corpo de evidências factuais que aponta para o fato de que Israel comete crimes de apartheid e perseguição contra os palestinos”, denunciou ainda Pandor.