
A nova falha foi identificada pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), que decidiu não revelar os detalhes do problema de segurança identificado. O órgão regulador relatou apenas que descobrira um risco potencial que a Boeing preecisa resolver.
Contudo, duas fontes próximas à FAA detalhou à Bloomberg que a entidade identificou um erro de processamento de dados que pode fazer o avião executar um movimento de mergulho difícil de ser revertido pelos pilotos em tempo hábil e que o problema foi identificado em testes com simuladores.
A nova falha de segurança encontrada pela FAA, curiosamente, tem efeitos semelhantes ao problema do MCAS, software que teve relação com os acidentes dos 737 Max da Lion Air e Ethiopian Airlines em que morreram 346 pessoas, no curto período de cinco meses entre os dois sinistros.
A Boeing sustenta que desenvolveu o MCAS para corrigir a inclinação do avião sob determinadas circunstâncias para impedir um estol (perda sustentação). As investigações realizadas até agora – e ainda em andamento – apontam que o MCAS entrou em ação no momento errado nos dois aviões que caíram.
A Boeing tem relatado que vem buscando uma atualização dos sistemas da linha 737 Max, centrada no MCAS. A nova versão estaria praticamente pronta, mas tem que passar por testes da FAA e outros órgãos reguladores para ser validada. Em um desses testes em simuladores é que a nova falha foi identificada.
A Boeing reconheceu o novo problema apontado e informou que, em atendimento à solicitação da FAA, implementará as correções necessárias juntamente com as atualizações de software que estão em preparação há oito meses.
Ainda de acordo com a companhia, a linha 737 Max só será submetida à certificação pela FAA quando todos os requisitos necessários para isso forem cumpridos.
Em nota, a FAA disse que continuará a avaliar as modificações no MCAS do modelo 737 Max e a desenvolver treinamentos necessários para operar a aeronave. “A FAA vai revogar a proibição quando nós acreditarmos ser seguro”, enfatizou o comunicado.
O voo de certificação estava marcado para 8 de julho, mas, por conta da recente descoberta, deverá ser adiado. Assim, os modelos 737 Max devem continuar ainda no chão, lugar em que, atualmente, não chegam a colocar as pessoas em perigo.