Marina Silva, candidata à presidente pelo Rede, conclamou quem quer combater a corrupção a não votar nos mesmos partidos que governaram o país recentemente.
“Se as pessoas, de fato, querem combater a corrupção, faça a Operação Lava Voto. PT, PSDB, PMDB fizeram coisas boas no passado, mas se perderam no projeto do poder pelo poder”, enfatizou.
“É incrível como agora estão entregando um país pior do que encontraram”, acrescentou Marina.
Em entrevista à rádio Super, de Minas Gerais, ela disse que o novo presidenciável do PT, Fernando Haddad, é “muito semelhante” à ex-presidente Dilma Rousseff.
“[Haddad] é muito semelhante [a Dilma]. […] As coisas ruins foram aprofundadas no governo Dilma-Temer. As coisas boas foram sendo desaceleradas, e a população brasileira não pode deixar de pedir uma prestação de contas do que levou o Brasil para o fundo do poço”, disse Marina à rádio.
“Se continuar fazendo o voto em cima apenas de quem é indicado, podemos ir para um poço sem fundo”, complementou.
Ela também criticou o candidato Jair Bolsonaro. E disse ter ficado “estarrecida” ao ver a forma com a qual Jair Bolsonaro (PSL) estava se aproveitando de sua saúde para fazer campanha eleitoral. O candidato do PSL foi esfaqueado no dia 6, durante atividade de campanha no centro de Juiz de Fora (MG).
A principal crítica de Marina é em relação a foto divulgada pelo filho de Bolsonaro, Eduardo, na qual o presidenciável está fazendo um gesto de arma com as mãos. “Eu fiquei estarrecida de ver o candidato (Bolsonaro), depois de ter passado por uma situação dramática e quase perder sua a sua vida, fazendo um gesto de tiro de dentro de uma UTI. Eu acho que o Brasil inteiro ficou estarrecido com aquela imagem”, afirmou Marina.
Para Marina, o Brasil não precisa de incentivos para que as pessoas peguem em armas: “eu quero que a gente faça um estímulo para as pessoas portarem um livro, um lápis, estimular a ida ao cinema”.
O atentado contra Bolsonaro demonstra a fragilidade de seu discurso pró-armamentos. “Ficou mais do que provado que ter arma não protege a vida de ninguém”, disse Marina.
“Graças a Deus aquela pessoa não estava com uma arma de fogo. Bolsonaro estava com vários policiais armados, seguranças pessoais, e isso não o protegeu de uma faca de uma pessoa que se aproximou dele e fez um ato inaceitável. Se não funcionou para ele, vai funcionar para você, dona de casa, sozinha, que não sabe atirar?”, completou a candidata.
Marina, contudo, tem defendido reforma na Previdência pública e propõe um sistema de capitalização, proposta de setores que querem mexer nos recursos das aposentadorias. Além disso, ela declarou que pretende manter o atual poder aquisitivo do salário mínimo, ou seja sem aumento real.