A informação oficial, fornecida pelo Twitter e Facebook ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que a campanha de Jair Bolsonaro não pagou pelos impulsionamentos de mensagens durante a disputa eleitoral deixa o ex-capitão em maus lençóis. A denúncia, feita pela repórter da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, revelou um esquema milionário e ilegal de disparos em massa de mensagens bancadas por empresas privadas em apoio ao candidato do PSL.
Segundo a reportagem, as empresas financiaram Bolsonaro comprando serviços de “disparo em massa” e usando a base de usuários do candidato do PSL ou bases vendidas por agências de estratégia digital. Os contratos, de até R$ 12 milhões cada um, usaram marketing digital que dispararam centenas de milhões de mensagens no WhatsApp em apoio a Bolsonaro. Isso é considerado financiamento empresarial de campanha, que está proibido desde 2015. É duplamente criminoso. Financiamento por empresas e, como não está registrado pela campanha, é também ‘caixa dois’.
Entre as agências que prestaram esses serviços estão a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market. As informações foram enviadas após o ministro Luís Roberto Barroso, relator da prestação de contas de Bolsonaro no TSE, determinar que as empresas informem se a campanha pagou pelo impulsionamento de conteúdo. Uma das empresas privadas que bancou os esquemas ilegais de Bolsonaro foi a Havan de Luciano Hang.
“O Twitter Brasil averiguou internamente e foi constatado que as contas verificadas do candidato Jair Messias Bolsonaro e do partido político Partido Social Liberal (PSL) – @jairbolsonaro e @psl_nacional, respectivamente – não contrataram impulsionamento de qualquer conteúdo, seja este eleitoral ou não”, informou a empresa. Já o Facebook informou que a página e as conta oficiais do candidato eleito divulgadas pelo próprio TSE “não contrataram impulsionamento de conteúdos no período entre 16 de agosto de 2018 e 28 de outubro de 2018”.
A denúncia levou o PDT a entrar, na época, com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a anulação da eleição e de cassação da candidatura de Jair Bolsonaro. A ação será apreciada pelo TSE. Segundo o partido, o episódio é abuso de poder econômico, vedado pelo Código Eleitoral. Para os advogados do partido, o emprego de sistemas de disparo em massa ocasionou desequilíbrio na disputa, com gastos e estrutura maiores beneficiando a candidatura de Jair Bolsonaro, violando o princípio da “paridade de armas”. De acordo com o PDT, o abuso de poder econômico e a ilegalidade dos repasses justificam a anulação das eleições.
Quero ver tomarem providência com isso. Será se o STF e o TSE têm respaldo para tanto? Ou vão se acovardarem diante das ameaças da família Bolsonaro? Queremos as coisas em pratos limpos. Se Bolsonaro e seus partícipes agiram ilegalmente então devem ser punidos.