O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e concedeu mais 60 dias para que a Polícia Federal aprofunde as investigações dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos por senadores do MDB, pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego, e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, do PT.
Os senadores do partido de Temer são Eunício de Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp (RO).
As investigações começaram após a colaboração premiada de Ricardo Saud, executivo da JBS, e do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Sérgio Machado narrou “ter chegado ao seu conhecimento que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB, no montante aproximadamente de R$ 40 milhões, a pedido do PT, para as eleições de 2014”.
Também durante delação, Saud confirmou o pagamento de R$ 46 milhões à bancada.
Apesar de mascarada sob a forma de doação eleitoral, tratou-se de vantagem indevida para que o MDB, na época PMDB, apoiasse a candidatura de Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
Joesley Batista, da JBS, disse, em depoimento, que se reuniu, em 2014, com Guido Mantega, que exercia o cargo de Ministro da Fazenda de Dilma, e que este pediu para que o pagamento ao PMDB fosse efetuado.
Quando do pedido de prorrogação ao STF, Raquel Dodge, procuradora-geral da República, afirmou que “o conjunto de elementos probatórios até agora arrecadados revelam a absoluta viabilidade da investigação em curso”.