O pré-candidato à reeleição vai se reunir na 2ª feira com embaixadores para atacar e denegrir o sistema eleitoral brasileiro. Por presidir o TSE e por seu “dever de imparcialidade”, o presidente do TSE recusou o convite feito a ele para participar do evento. Luiz Fux, presidente do STF, também se recusou a comparecer
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Edson Fachin, não aceitou participar de um encontro organizado por Jair Bolsonaro com embaixadores na segunda-feira (18). Na nota, o TSE afirmou que “na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados”.
“Incumbiu-me o Senhor Presidente do Tribunal Superior Eleitoral de agradecer ao honroso convite, mas, na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados”, respondeu em ofício Fernanda Jannuzzi, chefe do Cerimonial do TSE.
Além de Edson Fachin, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também foi convidado, mas decidiu não comparecer à reunião organizada pelo presidente Jair Bolsonaro com embaixadores para tratar de eleições no Brasil e o uso das urnas eletrônicas. Os dois avaliaram que não deveriam comparecer à reunião organizada por um dos candidatos na disputa presidencial deste ano.
O convite assinado pelo embaixador André Chermont de Lima, chefe do Cerimonial da Presidência da República, não menciona qual é o tema do encontro com os “chefes de missão diplomática”. Mas, em transmissões pela internet, Bolsonaro tem afirmado que pretende questionar os resultados de eleições. Ele frequentemente ataca o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, mas nunca apresentou provas – inclusive já admitiu isso – das acusações de fraude que costuma fazer.
Bolsonaro pretende usar o encontro com os embaixadores para desgastar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e atacar a legitimidade e a transparência das eleições no Brasil. Mesmo que não tenha havido nenhuma denúncia de fraude desde que o sistema de urnas eletrônicas foi implantado no Brasil, em 1996, o chefe do Executivo insiste em levantar dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral brasileiro.
Ele decidiu fazer propaganda contra a democracia brasileira e marcou para a tarde da próxima segunda-feira (18) o encontro com embaixadores estrangeiros para atacar e tentar desacreditar a segurança do processo eleitoral e criar uj clima propício para um golpe. Seu objetivo é tentar desgastar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável, segundo a Constituição, pela condução das eleições.
A iniciativa do Planalto não contou com a participação do Itamaraty e o convite de Bolsonaro é assinado pelo cerimonial da Presidência da República. “Fui incumbido de convidar vossa excelência para encontro do senhor presidente da República com chefes de missão diplomática, a ser realizado às 16h de 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada”, diz a convocação.