O Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu o pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e mandou abrir procedimento preliminar para apurar o pagamento de recursos não declarados da JBS para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Pedido da procuradora foi feito na semana passada.
Além de Onyx Lorenzoni, o ministro Edson Fachin, relator do caso, abriu procedimentos contra outros 9 parlamentares. A base da investigação é a delação de executivos da JBS.
Com isso, a procuradora-geral vai decidir em quais casos pede abertura de inquérito e em quais pede arquivamento. Ou se envia para instâncias inferiores por não haver relação com o mandato. Além disso, há casos de políticos relacionados no pedido de Dodge que vão perder foro privilegiado em 2019.
Serão abertos procedimentos preliminares em relação a seis deputados:
Alceu Moreira (MDB-RS);
Jerônimo Goergen (PP-SR);
Marcelo Castro (MDB-PI);
Onyx Lorenzoni (DEM-RS);
Paulo Teixeira (PT-SP);
Zé Silva (SD-MG);
E em relação a quatro senadores:
Ciro Nogueira (PP-PI);
Eduardo Braga (MDB-AM);
Renan Calheiros (MDB-AL);
Wellington Fagundes (PR-MT).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, esses parlamentares se beneficiaram com caixa 2, dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral entre 2010 e 2014, com base em depoimentos dos executivos da JBS e planilhas apresentadas ao STF.
Segundo Raquel Dodge, em relação aos dez parlamentares verificou-se “situações em que o recebimento de dinheiro de forma dissimulada ocorreu no curso do mandato parlamentar por agentes políticos que ainda são detentores de foro no STF, fazendo-se necessária a autuação de petições autônomas para adoção de providências em relação a cada autoridade envolvida”.
Onyx Lorenzoni falou que recebeu R$ 100 mil da JBS em 2014 (na verdade, o valor que ele recebeu em 2014 foi R$ 200 mil), pediu desculpas e disse que se arrependeu. Mas se calou em relação a uma doação de 2012, no valor de R$ 100 mil, quando não disputou cargo eletivo algum.
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