Faculdade da USP rompre relações com universidade de Israel em repúdio ao genocídio de palestinos

Ato em repúdio aos crimes de Israel em Gaza realizado na FFLCH - Foto: Divulgação

FFLCH torna-se a primeira unidade da USP a romper oficialmente um acordo com uma instituição israelense

Após protestos estudantis e de parte do corpo docente, a Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) votou pela antecipação do fim do convênio firmado com a Universidade de Haifa, em Israel. 

Com 46 votos favoráveis à renúncia do convênio, de 54 possíveis,  a FFLCH torna-se a primeira unidade da USP a romper oficialmente um acordo com uma instituição israelense. A medida será encaminhada ao Conselho Universitário da USP com a recomendação de que o rompimento se estenda a todos os convênios da universidade com instituições israelenses envolvidas em políticas de apartheid e ocupação. O convênio da FFLCH com a Universidade de Haifa era válido até maio de 2026.

O relatório que embasou a deliberação aponta o envolvimento da Universidade de Haifa em programas militares e de segurança do Estado de Israel, além de denunciar o chamado “escolasticídio” — termo usado por pesquisadores e organismos internacionais para descrever a destruição sistemática das universidades e escolas palestinas em Gaza.

“Foi uma vitória da ética sobre a omissão. A universidade pública brasileira não pode ser cúmplice de quem transforma o conhecimento em instrumento de guerra. Hoje, a FFLCH deu um passo histórico e a USP deve seguir o mesmo caminho”, disse o estudante João Conceição, representante discente da Comissão de Cooperação Internacional da FFLCH.

Além da FFLCH, já romperam convênios com instituições israelenses, como a Unicamp (SP), a UFF (RJ) e a UFC (CE).  A USP tem convênio com a Universidade de Haifa desde 2018.

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