Falência da Segurança Pública sob Tarcísio faz explodir número de feminicídios

Governador Tarcísio de Freitas só pensa em negociatas (reprodução)

Só neste fim de semana dois assassinatos brutais chocaram o Estado: a farmacêutica Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, em Santo André, e Milena de Silva Lima, de 27 anos, em Diadema

Como se não bastasse o caos na Educação com a perseguição aos professores, cortes de verbas e vendas de escolas, como se não bastassem as dezenas de pedágios “free flow” que Tarcísio de Freitas está espalhando por São Paulo param sugar os paulistas, como se não bastasse as restrições de oferta de água e a mentira de que as tarifas não subiriam com a privatização da Sabesp, estamos assistindo neste momento ao desastre completo na Segurança Pública paulista.

EXPLOSÃO DE ASSASSINATOS

Além da explosão de assassinatos no geral e roubos e assaltos espalhados por todas as regiões, estamos assistindo também a um recorde histórico no número de feminicídios no estado. É fato que a covardia contra as mulheres tem crescido em todos os cantos do país com o ressurgimento do fascismo no Brasil, mas é fato também que a situação é particularmente grave em São Paulo.

Na cidade de São Paulo o número de assassinatos de mulheres é o maior em dez anos, segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública. Ao invés de tomar providências diante desse verdadeiro descalabro, o governador Tarcísio achou melhor mandar seu secretário de segurança, Guilherme Derrite, a Brasília para recusar a ajuda oferecida pela União, atacar a Polícia Federal e defender bandidos das facções criminosas.

A Segurança Pública é uma responsabilidade constitucional dos governos estaduais. Os governos bolsonaristas, inclusive o de São Paulo, têm fracassado totalmente no combate à criminalidade. A SSP soltou uma nota tentando explicar o descalabro e argumentou que “o enfrentamento à violência contra a mulher é prioridade do Governo”.

No entanto, apesar da nota, como dissemos antes, no meio deste caos, o secretário de segurança de Tarcísio largou o cargo para assumir a cadeira de deputado federal e tentar impedir a ajuda da esfera federal no combate ao crime. Ele não só fez isso como tentou enfraquecer a atuação da Polícia Federal. Portanto, esta explicação de que prioriza a luta contra o feminicídio não passa de pura enrolação. Além disso, há o abandono das polícias. Há duas semanas delegados protestavam no estado contra os baixos salários e as péssimas condições das de trabalho.

PROTESTOS CONTRA O DESCALABRO

Manifestantes realizaram atos em diversas cidades do país neste domingo (7) para protestar contra o aumento dos casos de feminicídio e outras formas de violência contra as mulheres. Segundo o movimento Levante Mulheres Vivas, houve convocação de atos em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal. Na capital paulista, milhares de pessoas se concentraram ao meio-dia em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O grupo exibiu faixas e cartazes com frases como “Mulheres Vivas” e caminhou pela região central da cidade.

Protesto neste domingo na Paulista contra a violência contra a mulher

Na capital paulista, milhares de pessoas se concentraram ao meio-dia em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O grupo exibiu faixas e cartazes com frases como “Mulheres Vivas” e caminhou pela região central da cidade. O protesto foi marcado por referência a dois casos registrados neste domingo: o assassinato da farmacêutica Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, em Santo André, e a morte de Milena de Silva Lima, de 27 anos, em Diadema — ambas atacadas por ex-companheiros.

DUAS MORTES BRUTAIS SÓ NO FIM DE SEMANA

Só neste fim de semana duas mortes violentas de mulheres foram registradas em São Paulo. Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, foi atacada dentro de casa pelo ex-marido Cristian Antunes. Ele não aceitava o fim do relacionamento de 20 anos. O casal tinha dois filhos e a mais jovem, de 11 anos, presenciou o crime. Cristian confessou o homicídio. O crime ocorreu em Santo André, no ABC Paulista.

Milhares de pessoas protestaram contra a explosão de violência

O ataque foi por volta por volta das 8h15 na Rua Dias da Silva, Jardim do Estádio. Segundo a família, a vítima Daniele Guedes Antunes foi atacada dentro de casa pelo ex-marido Cristian Antunes, que não aceitava o término do relacionamento dos dois. Eles estavam casados havia 20 anos e tinham um casal de filhos. No momento do assassinato, a filha mais nova do casal, de 11 anos, estava em casa e presenciou o crime. Segundo a prima de Daniele, ela já tinha sido agredida anteriormente, em outubro.

Daneile Guedes foi assassinada pelo ex-marido (redes sociais)

Em Diadema, outra ocorrência de feminicídio terminou com duas mortes na madrugada deste domingo (7). O crime aconteceu na Rua Yayá, no bairro Canhema, dentro de um apartamento localizado no 20º andar de um prédio residencial. Segundo informações de moradores, Milena de Silva Lima, de 27 anos, foi atacada pelo ex-companheiro João Victor de Lima Fernandes, de 30 anos. O casal estava separado havia dois meses e tinha um filho. O ex-marido arrombou a porta, entrou no imóvel e desferiu vários golpes de faca contra a vítima, atingindo pescoço e tórax.

INEFICIÊNCIA NO COMBATE AO CRIME

No sábado (29), uma mulher de 31 anos foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro por um carro dirigido por um homem até a Marginal Tietê, em São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, ela passou por cirurgias e teve as pernas amputadas devido à extensão das lesões. Ela segue internada em estado grave. O crime ocorreu após a vítima, Tainara Souza Santos, mãe de dois filhos, um de 12 e uma de 7 anos, sair de um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte.

Em Diadema, Milena foi morta pelo marido (redes sociais)

Em 2025, a cidade de São Paulo registrou o maior número de casos de feminicídio para um ano desde que a série histórica foi iniciada, em abril de 2015. Entre janeiro e outubro, foram 53 ocorrências. Em todo o estado de São Paulo, foram registrados 207 feminicídios entre janeiro e outubro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 191. Um aumento, portanto, de 8% considerando os dez primeiros meses do ano.

Segundo o Instituto Sou da Paz, em 2025 houve aumento de assassinatos no estado de São Paulo, sobretudo dos homicídios, feminicídios e letalidade policial na capital, e de violência sexual, inclusive os cometidos contra pessoas vulneráveis. O órgão avalia que em seu quinto semestre, a gestão Tarcísio de Freitas confirma uma tendência de retrocesso na segurança pública. É contínua a piora no número de crimes contra a vida, sobretudo os feminicídios e as mortes cometidas por agentes do estado, e nos crimes sexuais que vitimam, principalmente, as mulheres do estado.

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