A limitação do consumo por conta do desemprego elevado é uma das razões para o aumento do número de empresas com contas atrasadas e registradas nos cadastros de devedores. Segundo os dados divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) a inadimplência entre empresas no Brasil cresceu 9,39% em relação a setembro do ano passado.
“No início do ano, esperava-se uma recuperação mais forte da economia, mas isso não se concretizou. O desemprego ainda segue elevado, o que limita o consumo e, por consequência, o faturamento das empresas e a própria capacidade de solvência das empresas”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa. Medidas já anunciadas pela equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro prometem, por sua vez, promover o paraíso para o mercado financeiro em detrimento a renda dos trabalhadores e do desenvolvimento do setor produtivo.
Sobre agosto, a inadimplência em setembro também aumentou: 0,56%.
O volume de dívidas em nome das empresas também cresceu (+7,25%), o que contribuiu também para que o aumento do número de pedidos de falência. Segundo a Boa Vista SPC, houve crescimento de 18,9% nas falências em outubro sobre setembro, número que também cresceu 8,2% sobre o mesmo mês do ano passado.
Setores devedores
O setor de serviços (que inclui bancos e financeiras) responde por 70% das empresas credoras, ou seja, que deixaram de receber. O aumento em dívidas a receber para o setor foi de 9,4% em setembro.
Pelo lado dos devedores, a indústria, sofrendo as consequências da recessão econômica, já representa 9% do total de inadimplentes. Mas são as empresas de comércio que mais devem, 46% do total.
Por região, o volume de empresas devedoras foi puxado especialmente pelo Sudeste, região economicamente mais desenvolvida do país.