Com a completa ausência de compromisso do governo federal em adquirir novas vacinas contra o coronavírus para imunizar a população brasileira, o Programa Nacional de Imunização está sob séria ameaça de paralisação. Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que analisou a situação em 2.096 prefeituras entre os dias 19 e 22 de abril, aponta que um a cada quatro municípios teve que interromper a vacinação contra Covid-19 nesta semana por falta de imunizantes para a aplicação da primeira dose.
As vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil são a CoronaVac, distribuída pelo Instituto Butantan e a do laboratório AstraZeneca, distribuída pela Fiocruz. Ambas requerem duas doses para uma imunização eficaz e dependem da importação de insumos para a produção do imunizante.
Capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Cuiabá e Brasília já paralisaram as aplicações em algum momento desde o início do programa por falta de doses.
Desde janeiro, o Brasil aplicou 39.283.518 doses, sendo que 27.945.152 delas foram primeiras aplicações e 11.338.366 segundas.
Outro ponto analisado foi a disponibilidade dos chamados “kit intubação”, formado por medicamentos essenciais para a intubação de pacientes em estado grave de Covid, e do oxigênio hospitalar.
Os dados mostram que 24,3% dos municípios ouvidos (499) estão sem vacina para aplicar a primeira dose, 28,1% deles (591) correm grande risco de ficarem sem “kit intubação” e 8,1% dos municípios consultados (171) estão em alto de ficarem sem oxigênio hospitalar.
A lista dos quase 500 municípios sem vacinas para a primeira dose não foi divulgada pelo CNM. No entanto, no último dia 15, seis capitais já tiveram a aplicação suspensa por falta de imunizantes, são elas Florianópolis, Goiânia, Maceió, Rio Branco, Salvador e João Pessoa.
O levantamento também mostrou que em pelo menos 182 municípios há pacientes intubados em Unidades de Pronto Atendimento (Upas). Em 13% dos municípios, pacientes aguardam em UPAs leitos de UTI. E em 66,7%, pacientes foram intubados na semana anterior à pesquisa.