Alejandro Carranza foi um dos pescadores mortos em um dos ataques militares dos EUA em 15 de setembro. no mar do Caribe. Agora sua família entrou com uma denúncia formal na terça-feira (2) na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Desde setembro, o governo dos EUA – arbitrariamente e sem provas – matou cerca de 83 pessoas em ataques contra embarcações nos mares do Caribe e do Pacífico, sob o pretexto de “combate ao narcotráfico”.
“A partir de inúmeras notícias, sabemos que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, foi responsável por ordenar o bombardeio de barcos como os de Alejandro Carranza e o assassinato de todos aqueles em tais barcos”, afirma a petição.
“O secretário Hegseth admitiu que deu tais ordens, apesar do fato de não saber a identidade daqueles que estavam sendo alvo desses bombardeios e assassinatos extrajudiciais.”
Ao apresentar sua queixa formal à CIDH, a esposa de Carranza e seus quatro filhos denunciaram que o governo norte-americano cometeu uma “execução extrajudicial” e violou os direitos mais básicos do pescador, sem sequer direito a um julgamento.
A queixa à CIDH aponta para o secretário de guerra do governo de Trump, Pete Hegseth, como quem deu a ordem para o ataque “apesar do fato de que não sabia a identidade daqueles que estavam sendo alvo desses bombardeios e assassinatos extrajudiciais”, segundo o qual os ataques são “ratificados” pelo presidente americano, Donald Trump.
Gustavo Petro, presidente colombiano, acusou o governo Trump de cometer assassinato no ataque à embarcação que tirou a vida de Carranza. A família do pescador insiste que ele era inocente e rejeita a acusação de que ele estava em posse de drogas.
“As autoridades do governo dos EUA cometeram um assassinato e violaram nossa soberania em águas territoriais. O pescador Alejandro Carranza não tinha laços com o tráfico de drogas e sua atividade diária era a pesca”, postou Petro, no mês passado na rede social X.
“O barco colombiano estava à deriva e exibindo o sinal de socorro devido a pane no motor de popa. Aguardamos explicações do governo dos EUA,” acrescentou.
A sobrinha de Carranza, Pérez, disse em entrevista para a BBC que ele “era um homem amável, uma boa pessoa, um amigo, um bom pai, tio e filho”.
“Ele era uma pessoa alegre. Amava seu trabalho e a pesca”, disse. De acordo com a BBC, a família de Carranza é grande e 20 membros dividem uma casa no vilarejo pesqueiro de Gaira.
A esposa de Carranza disse que seu marido era “um bom homem” e negou ligações com traficantes em uma entrevista em outubro para a AFP.
“Ele não tinha laços com o tráfico de drogas e sua atividade diária era a pesca”, ela disse. “Porque é que lhe tiraram a vida assim?”
“Os pescadores têm o direito de viver. Por que não os detiveram apenas?”, questionou.
Família de pescador colombiano, assassinado no Caribe por ordem de Trump, apresenta denúncia contra EUA










