
A investigação da Polícia Federal sobre o atentado terrorista planejado por bolsonaristas em Brasília revelou que a bomba chegou a ser acionada à distância, mas falhou.
Os bolsonaristas queriam explodir um caminhão com combustível para gerar o “caos” na capital do país e abrir espaço para um golpe de estado que impedisse a posse de Lula.
Segundo um investigador, “para a sorte da população, a explosão não ocorreu porque os envolvidos usaram os explosivos de forma inadequada”.
“Mesmo assim, as pessoas que estavam na região, em especial as forças policiais, ficaram em risco porque, apesar de ter falhado, o artefato era verdadeiro – o que é conhecido no jargão policial como ‘tijolo quente’”, continuou.
O motorista do caminhão percebeu o artefato e chamou a polícia, que desinstalou a bomba.
Pelo menos quatro bolsonaristas estavam envolvidos no atentado terrorista. O primeiro a ser preso, George Washington de Oliveira Souza, viajou do Pará para Brasília levando, segundo ele próprio, “duas escopetas calibre 12, dois revólveres calibre .357, três pistolas, sendo duas Glocks e uma CZ Shadow, um fuzil Springfield calibre .308, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite”.
Conforme as investigações, ele recebeu PIX no valor de R$ 33,2 mil para a compra de armas e munições. Anotações encontradas pela Polícia Civil na casa do acusado apontam a transação, via PIX, e valor a pagar de R$ 41,3 mil.
A Polícia Civil do Distrito Federal identificou que o homem que ajudou o terrorista George Washington de Oliveira Souza a armar uma bomba em um caminhão com combustíveis, em Brasília, se chama Alan Diego dos Santos Rodrigues e fugiu da capital. Alan foi citado por George Washington em seu depoimento à polícia.
Em seu depoimento, admitiu que o que o “motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’”.
Antes da posse, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o novo governo será firme no combate aos atos terroristas. “A Lei Antiterrorismo é muito rigorosa, inclusive contra a tentativa. As penas são bastante altas. Isso não é engraçado, não é uma coisa qualquer e não pode ser tratado assim. Estamos tratando de pessoas que ameaçam vidas, integridade física e patrimonial, e, por isso, provavelmente receberão penas muito altas. Que isso sirva de exemplo para eventuais outras pessoas”, alertou.
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