O faturamento da indústria apresentou uma queda de -2,7%, no acumulado do 2º trimestre de 2018, em comparação com o trimestre anterior, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A entidade apresentou dados do faturamento mensal de junho apontando uma alta de 26,4% sobre o mês anterior, maio, quando ocorreu a greve de caminhoneiros que paralisou o país por 11 dias. No entanto, a “recuperação” não se confirma quando vermos os índices dos últimos meses. Os dados, somados a outros indicadores, como os do emprego, juros, e investimento, apenas desmentem a “recuperação da economia” propalada pelo governo.
De acordo com a própria CNI, “esse resultado excepcional é explicado pelo fim do represamento de embarques, que concentraram em junho embarques que deveriam ter sido realizados em maio. Mesmo com a recuperação, o resultado do trimestre foi mais fraco que o trimestre anterior. Ao se comparar o faturamento acumulado do 2º trimestre com o do 1º trimestre de 2018, registra-se queda de 2,7%”, afirma.
O que ocorre é que faturamento da indústria vem se rastejando nos últimos meses: saiu de uma queda de -0,19%, em dezembro de 2017, para variar positivamente próximo de zero em janeiro e fevereiro (0,9% e 0,8% respectivamente). Registrou queda em março (-1,6%), apresentou leve alta de 1,7% no mês de abril, e no mês de maio desabou em -16,7%.
Ao mesmo tempo caem também o emprego e a massa salarial. O emprego industrial recuou -0,2% em junho frente ao mês anterior, na série dessazonalizada. Foi o segundo recuo mensal consecutivo do índice.
Já a massa salarial dos trabalhadores da indústria apresentou queda -0,8% em junho, esta é a quarta queda consecutiva do índice, que acumula recuo de -2,3% no período. Se comparado junho deste ano com o mesmo período do ano passado, a queda é de -4,3%. Na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2017, os salários dos trabalhadores de indústria recuaram de -0,6%.