O faturamento real da indústria brasileira caiu -6,3% em março de 2019 na comparação com o mês anterior, após os ajustes sazonais (exclusão de variações climáticas, férias, feriados, entre outros), divulgou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira (2).
Em 2019, o faturamento recuou – 2,7% em janeiro e registrou apenas 0,1% em fevereiro. Assim, o faturamento real da indústria cai -11,3% na comparação com março de 2018.
Para a CNI, “a pesquisa Indicadores Industriais de março de 2019 mostra que a indústria segue com dificuldades”.
Ainda que certos setores tentem responsabilizar a greve dos caminhoneiros no ano passado pela queda na atividade da indústria, os dados da CNI só confirmam o agravamento da crise. Com o aumento do desemprego, do arrocho na renda e os juros altos, as vendas e a produção caem e as empresas estão com dificuldades de investir. E não há qualquer sinalização por parte do atual governo de implementar uma política nacional de desenvolvimento, com investimentos públicos e fortalecimento do mercado interno.
“Três problemas impedem a recuperação da indústria. Um é a falta de demanda. O outro é o excesso de estoques, que elevam os custos das empresas, e, finalmente há a questão financeira. As empresas continuam com a situação financeira debilitada, o que adia as decisões sobre a produção e o emprego”, afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo.
No caso do faturamento, diz a CNI, as quedas vêm sendo significativamente mais intensas: o faturamento caiu 4,1% entre o último trimestre de 2018 e o primeiro de 2019 (série dessazonalizada).
No mês de março, a CNI registrou 0,0% na geração de empregos no mais importante setor da economia em março (0,0%) em relação a fevereiro.
“Com o resultado de março, é a sétima vez nos últimos 12 meses que o emprego não se altera na comparação mensal. O emprego encontra-se apenas 0,1% acima do registrado em março de 2018 e, na comparação entre os primeiros trimestres de 2019 e 2018, não há alteração”, diz a CNI.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou de 77,4% em fevereiro para 76,5% em março, na série livre de efeitos sazonais. A UCI mostra a porcentagem do parque industrial que está trabalhando.
As horas trabalhadas na produção caíram 1,5% em março na comparação com fevereiro, descontada a sazonalidade. Na comparação com março de 2018, registra-se queda de 1,6%.
A massa salarial no mês, na série dessazonalizada, após acumular queda de 3,6% nos dois primeiros meses do ano, também registrou (0,0%). Em comparação com março do ano passado o tombo foi de 2,7%.