O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (25) sobre os planos golpistas que Bolsonaro propôs para o hacker Walter Delgatti Neto.
O depoimento durou cerca de duas horas. A defesa não deu detalhes sobre o que foi relatado.
A Polícia Federal marcou para a próxima segunda-feira (28) um novo depoimento.
Walter Delgatti Neto contou, em seu depoimento à PF e na CPMI do Golpe, que se reuniu com Jair Bolsonaro, na presença de Mauro Cid, para discutir se seria possível invadir as urnas eletrônicas. O contato entre os dois foi intermediado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).
A reunião no Palácio da Alvorada aconteceu na manhã do dia 10 de agosto.
De lá, Delgatti seguiu para o Ministério da Defesa, onde ajudou os bolsonaristas a traçar a estratégia dos ataques contra as eleições. Segundo Delgatti, ele entrou com máscara pela porta dos fundos do Ministério.
Walter Delgatti Neto está preso por ter invadido o sistema da Justiça Federal e ter inserido pedidos de prisão falsos, como um contra Alexandre de Moraes. Ele recebeu R$ 40 mil de Carla Zambelli para fazer o ataque hacker.
Segundo os relatos de Delgatti, Jair Bolsonaro fez uma proposta para que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido instalado no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro também queria usar o hacker, que ficou famoso por sua participação na “Vaza Jato”, como “garoto propaganda” das mentiras contra as urnas eletrônicas.