Um desses aparelhos estava registrado numa empresa da Flórida, nos Estados Unidos
O “faz-tudo” de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cesar Cid, tentou burlar os órgãos de fiscalização de práticas criminosas usando telefones diversos e inclusive alguns com sede nos Estados Unidos. Um dos aparelhos estava registrado na Flórida, não se sabendo exatamente em nome de quem estava registrado.
Para investigar os prováveis crimes cometidos por Mauro Cid, a Polícia Federal terá que mapear os números de telefone alternativos que ele usou nos últimos meses para driblar possíveis intercepções ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Como Mauro Cid era da ‘cozinha’ de Bolsonaro, esses telefones alternativos devem ser os que guardam as mensagens e os áudios mais comprometedores para as investigações — especialmente aqueles com potencial de relacionar mais diretamente Jair Bolsonaro, seu comparsa, à cadeia de comando dos atentados terroristas e intentos golpistas de 8 de janeiro.
Sobre a falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro e de sua filha, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que “não é crível” que Jair Bolsonaro não soubesse que seu ajudante de ordens, Mauro Cid, estava fraudando o seu cartão de vacinação e o de sua filha, Laura Bolsonaro. “Mauro Cid atuou, durante todo o período do governo, a mando do chefe”, disse Andrei, contestando a versão criada por Bolsonaro.
“O papel do ajudante de ordens é ajudar o seu chefe, prover o seu chefe das necessidades que ele tenha. Nesse caso concreto, temos o histórico da relação entre o subordinado [Mauro Cid] e o chefe [Bolsonaro] que aponta que não é crível que autoridade superior não tenha conhecimento da atuação desse ajudante de ordens”, disse, em entrevista ao Jornal da Record. “Inclusive porque não houve fraude só no cartão do ex-presidente, mas também no da filha menor de idade do ex-presidente”, continuou o chefe da PF.