O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, dissimulou e disse em depoimento à Polícia Federal que não acreditava em um golpe de Estado, mesmo tendo sido flagrado armando uma conspiração para manter Bolsonaro no poder.
Na sexta-feira (30), Mauro Cid prestou depoimento à PF sobre seu envolvimento nos planejamentos golpistas e no atentado do dia 8 de janeiro.
De acordo com o G1, o ex-ajudante de ordens disse que não acreditava em um golpe de Estado. Ele chegou à sede da PF às 14h50 e deixou o local cerca de três horas depois.
Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio por ser flagrado em um esquema que fraudou cartões de vacinação, inclusive de suas filhas menores de idade. Neste caso, é investigado pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.
No celular de Mauro Cid a Polícia Federal encontrou documentos que demonstram que o faz-tudo de Bolsonaro estava guardando planos de um golpe de Estado para manter o chefe no poder.
Cid “reuniu documentos com o objetivo de obter o suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de Estado”, destacou a PF, reforçando a “hipótese criminal relacionado a participação dos investigados na tentativa de execução de um golpe de Estado”.
O envolvimento de Mauro Cid na trama golpista se deu “por meio de induzimento e instigação de parcela da população aderente à ideologia política professada” ou mesmo “por meio de atos preparatórios e executórios propriamente ditos”.
Na terça-feira (4), Mauro Cid será interrogado na CPMI do Golpe, no Congresso Nacional.
Além dos documentos, a PF encontrou no celular de Mauro Cid conversas que ele manteve com aliados sobre como o golpe deveria acontecer. Em uma delas, com o coronel Jean Lawand Jr., Cid admite que Jair Bolsonaro não tinha controle das Forças Armadas para atentar contra a democracia.