Mesmo com as evidências de um aumento dos casos de febre amarela desde o ano passado, o governo federal deixou de tomar as medidas necessárias e permitiu que a doença se expandisse. O resultado: 38 mortes de seres humanos já foram registradas no país.
O sudeste é a região foco da enfermidade com 36 mortes (21 em São Paulo, 11 em Minas Gerais, quatro no Rio de Janeiro). Bahia e Distrito Federal já registraram uma morte cada.
A prova da falta de ação do governo é que, apenas quatro meses após o Ministério da Saúde declarar o fim do surto de febre amarela urbana no Rio de Janeiro, o número de casos explodiu.
Agora, tentam remediar a situação e vacinar a população de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A maioria dos moradores destes estados receberá uma dose “fracionada” com ¼ da vacina, que deverá ser aplicada novamente daqui a oito anos.
Diante do número de mortos já confirmados, a população passou a procurar as unidades de saúde para se imunizar. Entretanto, esta não está sendo uma tarefa fácil, já que em muitos postos as pessoas chegam a esperar por horas para receber a vacina.
Já o ministro da Saúde, Ricardo Barros, um engenheiro civil que não possui nenhum histórico de atuação na área, afirma que não há uma falta de vacinas. Estranhamente, Barros declarou que as seringas para o fracionamento da vacina já haviam sido compradas, mas não explicou porque a imunização só começou após o surto sair de controle.
“Não há risco de desabastecimento. Temos vacinas em quantidade. Tínhamos 20 milhões de seringas para fracionamento que compramos no ano passado e não precisamos usar. Vamos fazer uso este ano. Vamos utilizar 15 milhões nessa operação Rio-Bahia-São Paulo. E temos ainda 5 milhões em estoque. Se houver novas áreas de circulação do vírus, estamos prontos para fazer a vacinação e evitar ao máximo a transmissão da febre amarela pelo mosquito silvestre”, disse.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda que possui um nível de letalidade muito alto, de 15 a 30% nos casos mais graves. De difícil diagnóstico, a confirmação da doença pode demorar até 10 dias.