“Existe uma séria chance de 2021 ser um ano de uma crise sem precedentes, seja em razão da pandemia, seja pela miséria de uma pane social”, afirmou o presidente da entidade
O presidente da Fecomércio-RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, defende a retomada do auxílio emergencial para que o comércio e demais setores da economia não entrem em colapso. “As pessoas e as empresas não podem ficar à deriva”, declarou em entrevista ao Uol.
“Existe uma séria chance de 2021 ser um ano de uma crise sem precedentes até para os nossos padrões, seja em razão da pandemia, seja pela miséria de uma pane social”, disse o executivo. “O Brasil corre o sério risco de entrar em colapso econômico em 2021 se o governo demorar e não tomar medidas como tomou no ano passado”, alertou.
A entidade mediu no mês de janeiro a expectativa do empresariado fluminense sobre o faturamento das empresas após o fim do auxílio emergencial. Para 29,1 % dos empresários, a situação vai piorar com o fim do benefício, outros 25,9% afirmaram que a situação continuaria igual, cerca de 26,3% não sabiam responder, e apenas 18,6% avaliam que a situação vai melhorar.
Na avaliação de Queiroz Junior, a situação do setor de comércio neste início de ano está “tão ou mais dura do que no auge de 2020”.
“Precisamos agir e retomar ações que serviram para atenuar o impacto socioeconômico, sob risco de crescente quebra de companhias e desemprego, com perda de receita pelas famílias. Contrariando o prognóstico oficial, a epidemia não está no finalzinho e gerou danos crônicos aos setores produtivos. Existe uma séria chance de 2021 ser um ano de uma crise sem precedentes até para os nossos padrões, seja em razão da pandemia, seja pela miséria de uma pane social”, afirmou o presidente da Fecomércio-RJ, que, além do retorno do auxílio, também defende a retomada do programa de suspensão de contratos de trabalho e a redução de jornada.
Há quatro Projetos de Lei (PLs) em discussão no Congresso Nacional. Os três PLs que tramitam na Câmara discutem a volta dos pagamentos do benefício no valor de R$ 600. Já o PL que tramita no Senado propõe o retorno do auxílio em pagamentos de R$ 300.
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), eleitos com apoio de Bolsonaro, vão submeter a pauta econômica do Congresso Nacional à equipe econômica, comandada por Paulo Guedes, que já avisou que não quer saber de auxílio emergencial e, sim, aprovar suas propostas de arrocho fiscal.
Recentemente, Guedes comparou o auxílio emergencial a uma bomba. “Se apertar o botão, vai ter que travar o resto todo”, disse. “É que nem um botão [de bomba] nuclear. Apertou, paga o preço”, sentenciou.