
Em seu 3º Congresso, a Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) elegeu a nova diretoria que estará à frente da entidade até 2025.
O Congresso, realizado em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nos últimos dias 22 e 23 de abril, elegeu o sindicalista Assis Melo, do Rio Grande do Sul, como novo presidente da entidade. O encontro se inspirou na Inconfidência Mineira, comemorada no fim de semana, com os sindicalistas resgatando a figura de Tiradentes.
Os metalúrgicos aprovaram como resolução a “Carta de Minas Gerais”, apontando os principais problemas conjunturais do país, em especial a necessidade de derrota do governo Bolsonaro.
A Carta denuncia que “os constantes ataques autoritários do bolsonarismo, liderados pelo próprio presidente, põem em risco permanente o Estado Democrático de Direito”. O documento também critica a atuação do governo durante a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19, que “resultou em mais de 660 mil mortes. Conforme o relatório final da CPI da Covid-19, Bolsonaro cometeu ao menos nove crimes, de ação e omissão, durante a crise sanitária”.
No setor da economia, a Federação aponta para a política implementada pelo governo Bolsonaro que tem intensificado o processo de desindustrialização, além da alta descontrolada dos preços. “Sob a gestão Bolsonaro, o que avança é a pobreza e a miséria, a fome e a insegurança alimentar”, afirma a Carta.
A Federação lembra que, desde 2013, o PIB oscila entre a recessão e a estagnação e que, no atual contexto, a inflação generalizada nos itens básicos de consumo, como alimentos, combustíveis e energia elétrica, tem corroído cada dia mais a renda familiar e condenado os trabalhadores à perda de qualidade de vida das famílias. “Mesmo com as crises econômica, social e sanitária, a Emenda do Teto de Gastos continua a limitar investimentos na Saúde e em outras áreas sociais. Mais do que cortes no orçamento, as áreas sociais sofreram com o desmonte de ações e programas”, continua.
“Neste ciclo, os trabalhadores foram duramente penalizados. Medidas nefastas – como a reforma trabalhista, a lei da terceirização irrestrita e a reforma da Previdência – precarizam cada vez mais as condições de trabalho. Em fevereiro, segundo o IBGE, o Brasil tinha 12 milhões de desempregados e 4,7 milhões de desalentados, totalizando mais de 16,7 milhões de brasileiros sem emprego”, denuncia o documento.
Diante deste cenário de destruição provocado pela política bolsonarista, as discussões do Congresso apontaram que “as eleições gerais de outubro representam o inadiável ponto de virada para os brasileiros e as brasileiras”.
“É preciso – e é urgente – derrotar Bolsonaro e seu projeto (conservador nos costumes, autoritário na política e ultraliberal na economia). A frente anti-Bolsonaro é, essencialmente, uma frente antifascista e pró-democracia – uma frente de salvação nacional”, diz a resolução.
De acordo com a Federação, o caminho para a superação dessa crise passa pela reindustrialização do país como forma de estimular o crescimento sustentável, o desenvolvimento nacional soberano, a geração de empregos e avanços sociais. “ Um projeto de reconstrução nacional passa pela derrota dos vírus da pandemia, do bolsonarismo e do neoliberalismo”, afirmam os sindicalistas.
“Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação’, declarou o revolucionário mineiro Tiradentes, patrono da categoria metalúrgica e da nação brasileira. Este é o sentido que deve ter a candidatura presidencial de Lula pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), com o apoio do PSB. Este é o sentido que hão de ter as candidaturas de metalúrgicos (as) e outros (as) representantes da classe trabalhadora ao Congresso Nacional e às assembleias legislativas. É tempo de esperançar! Vamos virar este jogo!”, conclui.