“A privatização da energia é uma medida absurda e torpe que golpeia a classe trabalhadora, o povo e, sobretudo, os mais humildes do país”, denunciou o secretário-geral da Coordenadora Unitária dos Trabalhadores do Estado (CUTE) de Porto Rico, Federico Torres.
Conforme o sindicalista, o anúncio do repasse a mãos privadas da Autoridade de Energia Elétrica (AEE) só agravará ainda mais as péssimas condições do fornecimento, particularmente pelos danos deixados pelo furacão Maria, em 20 de setembro do ano passado.
“O fato é que os empregados da companhia estão trabalhando de 14 a 16 horas para poder restabelecer o serviço de energia, porque cerca de 60% da população ainda está sem luz”, ressaltou Torres. Segundo o dirigente da CUTE, a orientação entreguista e desnacionalizante do governador da Ilha, Ricardo Rosselo, faz com que em vez de contratar mais funcionários, sejam contratadas empresas norte-americanas para atuar no setor.
Torres frisou que embora tenha prometido um plano de reestruturação das agências governamentais, a administração de Ricardo Rosselo se rendeu ao plano de “ajuste” dos Estados Unidos, “atentando contra as áreas estratégicas do Estado”. Submisso, denunciou, o primeiro ato de Rosseto foi aprovar uma lei que reduz enormemente os benefícios do Contrato Coletivo de Trabalho no que diz respeito à licença-saúde ou férias. “Soma-se a isso agora a ameaça de que votarão leis para precarizar ainda mais as relações trabalhistas”, condenou.
Rosseto defendeu a necessidade da mobilização popular para barrar as medidas neoliberais que, com o corte no Orçamento, atentam fundamentalmente contra o investimento público e a redução das áreas sociais. “Nunca havíamos passado um cenário como o que estamos vivendo agora em nosso país. Os trabalhadores migram para os Estados Unidos e isso também golpeia a economia porque, à medida que não temos trabalhadores aqui, a arrecadação cai substancialmente. As estatais também começam a precarizar o serviço prestado porque já não contam com profissionais suficientes para executar os serviços”, acrescentou.