A participação do youtuber Felipe Neto no “Roda Viva”, da TV Cultura, na segunda-feira (18), onde o comunicador defendeu a união de todos os defensores da democracia contra “a ameaça” do governo Bolsonaro, obteve uma das maiores audiências da história do programa. A entrevista já foi vista por mais de 2,1 milhões de pessoas, nos diferentes meios de comunicação.
A entrevista de Felipe Neto fez o programa registrar no Ibope 1,2 pontos de audiência consolidados em São Paulo, o que representa 264 mil espectadores assistindo em tempo real o debate com o youtuber.
No ano passado a média geral de audiência do ‘Roda Viva’ no Ibope foi de 0,5 ponto.
Mas, num mundo onde audiência não pode mais ser medida apenas pela televisão, considerar os valores alcançados pela internet é essencial.
Na plataforma onde Felipe Neto se criou e se tornou reconhecido nacionalmente, a entrevista já foi vista 1,9 milhões de vezes em quatro dias. No Youtube, sua participação no programa só fica atrás das edições que contaram com o biólogo Átila Iamarino (3,2 milhões, exibida há 50 dias) e a que entrevistou o ex-ministro Sérgio Moro (2,1 milhões, exibida há 4 meses).
Felipe Neto tem mais de 38 milhões de seguidores no YouTube e mais de 11 milhões de seguidores no Twitter, não fugiu de assuntos polêmicos, defendeu a democracia.
O engajamento dos espectadores da entrevista também chama atenção. Durante toda a noite, assuntos relacionados à entrevista e a Felipe Neto ocupou as cinco primeiras posições no Twitter, plataforma comumente utilizada para discussões políticas.
Felipe Neto não poupou críticas a Bolsonaro e a ameaça à democracia que ele representa.
“Quando se vê o presidente fazendo as coisas que está fazendo, como ele lida com a realidade, não é política, não é lado. Não podemos validar opressão, fascismo. A gente está lidando com um assunto radical. Não estamos falando de lados e todos sabem que a Covid-19 é uma ameaça. Sabemos que o Bolsonaro é uma ameaça (…) Já não dá mais para ficar calado. Qualquer pessoa que fique calada já é conivente com o que está acontecendo”, afirmou.
Consciente de sua relevância nas redes sociais, Felipe Neto destacou a necessidade de diálogo do conjunto de movimentos democráticos como uma solução para o cenário instável que o país enfrenta.
“A derrubada do regime de opressão é independente de bandeiras políticas. Estamos vendo (Marcelo) Freixo e (Wilson) Witzel se comunicando, falando juntos de mobilização, e é a prova de que não é política. Nós não podemos validar o negacionismo e o revisionismo histórico que está sendo feito. Essas pessoas precisam ser desmascaradas”, defendeu ele.
Para o youtuber, a grande barreira é a eficiência de Bolsonaro em se comunicar com seus apoiadores.
“O governo focou em um público, para manter base de 30% e sabe como falar com eles. A equipe do presidente não está preocupada com plano de governo, ela quer inflamar e vive do caos, vive da promoção do caos, do desespero, do medo. É isso que a alimenta e a população se identifica pela ignorância. Já a oposição faz tudo errado há muito tempo, está desunida, tem dificuldade de falar e está aprendendo a usar as redes sociais”.
Na entrevista ao Roda Viva, Felipe Neto falou ainda sobre as fake news e ameaças que já sofreu por bolsonaristas e a necessidade da participação da juventude no cenário político atual brasileiro. Pela relevância, publicamos a íntegra para que assistam:
A bandeira do Brasil é nossa!
Logo após a entrevista, o youtuber iniciou uma campanha no Twitter para internautas colocarem em seus nomes, no perfil da rede social, a bandeira do Brasil como uma forma de protestar e dizer que o verde e amarelo não pode ser escudo para Bolsonaro, muito menos, para o que ele defende.
“É hora de tirarmos o poder de uso político da bandeira do Brasil pela extrema direita. A bandeira não pertence a eles, pertence a todo povo brasileiro. Usarei a bandeira do Brasil no meu nome, não como símbolo de ultranacionalismo, mas como luta pela reconquista do que é do povo”, afirmou Felipe Neto.