“Forças Armadas não têm nada a ver com o que faz quem assume cargo no governo”, aponta Santos Cruz

Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro logo após o general ser desautorizado pelo capitão na compra da CoronaVac (Foto: reprodução do facebook)

Para o general, as omissões de Pazuello acabam desgastando as Forças Armadas

General Santos Cruz

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do Brasil, afirmou, nesta sexta-feira (7), que as confusões do governo Bolsonaro acabam por contaminar a imagem das Forças Armadas. “É um governo confuso, e ainda mais agora, com CPI, desgastado em diversas áreas”, diz Santos Cruz. “Quando você tem um governo com tantos militares, esse desgaste contamina”, destacou.

“Os militares se tornam ministros individualmente. Não tem nada a ver com a instituição. A responsabilidade na condução política é absolutamente individual. A instituição não tem nada a ver com responsabilidades e competências dele”, acrescentou Santos Cruz. “Você aceita o convite individualmente, cumpre individualmente e então tem que responder individualmente pelo seu desempenho”, prosseguiu o general.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, circulou em shopping de Manaus sem máscara – Jaqueline Bastos-26.abr.2021/Instagram

As declarações dizem respeito ao depoimento que o general Eduardo Pazuello fará à CPI da Pandemia que está em funcionamento no Senado Federal. Pazuello, que é general do Exército, é investigado por omissão na crise que causou a morte de dezenas de pessoas em Manaus por falta de oxigênio. Órgãos de investigação estão de posse de provas de que Pazuello, então ministro da Saúde, foi alertado do colapso iminente do sistema que provocaria a falta de oxigênio, e não tomou nenhuma providência a respeito.

Recentemente, Pazuello foi flagrado andando num shopping center de Manaus sem máscara. Ele substituiu Nelson Teich no Ministério da Saúde, que se recusou a obedecer Bolsonaro no uso de cloroquina, uma droga comprovadamente ineficaz, para o tratamento de Covid-19. Durante a crise do oxigênio de Manaus, Pazuello estava empenhado em distribuir cloroquina e cobrar o seu uso pelos postos de saúde da capital amazonense. Mais de duas dezenas de pessoas morreram sem conseguir respirar.

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