O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que antecipa os rumos do mercado de trabalho no país recuou 5,8 pontos na passagem de fevereiro para março, fixando-se em 93,5 pontos. Quanto menor o indicador, piores são as expectativas.
O relatório “Indicadores do Mercado de Trabalho”, do qual o (IAEmp) faz parte, foi divulgado na terça-feira (9). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 1,1 ponto percentual.
Todos os componentes do IAEmp registraram variação negativa entre fevereiro e março. Os indicadores que mais contribuíram para a queda do IAEmp foram os indicadores de Emprego Local Futuro e de Tendência de Negócios, com variações negativas de 13,4 e 8,5 pontos na margem, respectivamente.
“O resultado negativo do IAEmp em março reforça a leitura feita no mês anterior de que os empresários estavam se tornando mais cautelosos após um período de aumento do otimismo. O ajuste expressivo das expectativas, devolvendo cerca de ¾ da melhora observada ao final de 2018, sugere que o ritmo esperado de contratações continuará lento e gradual”, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE. Poder-se-ia dizer que o ritmo continuará ínfimo.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que faz parte da pesquisa e capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, subiu 2,0 pontos em março, fixando-se em 94,1 pontos, o mesmo nível de janeiro de 2019.
O ICD varia no mesmo sentido na taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número maior a percepção do entrevistado quanto ao aumento do desemprego. “O aumento do Índice Coincidente do Desemprego (ICD), mantendo-se em patamar elevado, retrata a situação ainda difícil do mercado de trabalho” acentua Tobler.
No mesmo período, a classe de renda familiar mais baixa foi a que mais contribuiu para o avanço do ICD. O Indicador avançou 6,2 pontos para os consumidores de renda familiar mais baixa de até R$ 2.100,00.
É o pior dos cenários. Projeções de desemprego crescente, depois dos trágicos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) relativos ao trimestre encerrado em fevereiro.
O desemprego no país subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao trimestre anterior, encerrado em novembro, atingindo 13,1 milhões de pessoas. Além do aumento para 27,9 milhões dos subempregados e para 4,9 milhões de desalentados.