A economia brasileira teve resultado negativo de -0,1% no primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta sexta-feira (17). Na comparação com fevereiro, a queda foi de -0,4%, e em relação a março de 2018 o recuo é de -1,7%.
Na passagem do último trimestre do ano passado para o primeiro trimestre deste ano, a queda de -0,1% foi puxada principalmente pelo recuo de -0,8% da indústria. A agropecuária teve queda de -0,3%. Por outro lado, os serviços evitaram queda maior, ao apresentar crescimento de 0,2%, diz a FGV.
Segundo o Monitor do PIB, a retração observada em março ocorreu de maneira disseminada nos componentes do PIB.
Na comparação da série com ajuste sazonal, a queda de -0,4% em relação fevereiro foi reflexo da retração de dez atividades econômicas. As únicas exceções foram as atividades de intermediação financeira (0,4%) e administração pública (0,3%).
Com relação ao mesmo mês do ano anterior, a retração de -1,7% foi causada por quedas nas três grandes atividades econômicas sendo, principalmente, explicada pelo desempenho da indústria que caiu -5,0%, em março. Sob a ótica da demanda, a queda foi puxada pelos investimentos, que recuaram -1,9%.
“O resultado do Monitor do PIB-FGV mostra o retorno da economia ao terreno negativo após oito trimestres de crescimento. Esse cenário é desanimador quando se constata que os oito trimestres anteriores não foram suficientes para estimular uma retomada significativa da economia após a recessão de 2014-2016. Esses números refletem a incerteza política e econômica que tem efeito direto nos investimentos e impactam a evolução da atividade econômica, principalmente, o setor industrial, comprometendo a retomada do emprego afetando o consumo das famílias. Pela primeira vez, desde novembro de 2017, a taxa acumulada em 12 meses registrou variação menor do que 1,0% no acumulado até o primeiro trimestre“, avalia Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.