Sondagem destaca que “permanece o indicativo de contração dos empregos”
Em outubro, o volume da produção industrial do estado de São Paulo registrou 49,2 pontos, o que indica queda na produção, segundo a Sondagem Industrial realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os “industriais paulistas mantêm a percepção de queda do volume de produção em outubro”, apesar da alta de 2,4 pontos em comparação a setembro (46,8 pontos)”, destaca a Fiesp. Quando os indicadores de sondagem da Fiesp estão abaixo de 50 pontos, significa que houve recuo. Superior a 50 pontos, indica expansão.
A produção industrial paulista, o maior parque industrial do país, acumula queda de -1,4% de janeiro a setembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao analisar o resultado da produção industrial nacional de setembro, de apenas 0,1% frente a agosto, a Fiesp destacou que “o resultado foi puxado pela indústria extrativa (+5,6%), dado que a indústria de transformação registrou queda (-0,3%)”.
“Os resultados da produção industrial até setembro foram caracterizados por variações pouco expressivas. De forma geral, registraram-se altas e baixas moderadas, que acabam se anulando nos resultados acumulados no ano. O fôlego tem sido curto para recuperar os níveis pré-pandemia. Concorrem entre os fatores explicativos elementos em nível nacional e internacional. No âmbito doméstico, a atividade industrial sente os efeitos do forte aperto monetário”.
De acordo com o levantamento, o número de empregados na indústria finalizou o décimo mês de 2023 em 49,6 pontos, sendo um resultado superior (+0,3 ponto) a setembro (49,3 pontos). “Com este resultado”, afirma a Fiesp, “permanece o indicativo de contração dos empregos”.
Já o indicador de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou em 1,0 ponto percentual na passagem de setembro e outubro, ao variar de 74,0% para 73,0%, resultado que também foi obtido na leitura de outubro de 2022.
Em outubro, ainda, os estoques do setor permaneceram mais um mês muito acima do desejável (55,2 pontos). “Reforça a marca negativa, o fato deste ser o maior valor registrado para o indicador desde julho de 2015 (56,0 pontos). O último registro com os estoques dentro do planejado ocorreu em fevereiro/19 (50,1 pontos)”, ressaltou a Fiesp.
Com a taxa básica de juros (Selic) do Banco Central (BC), nos atuais 12,25% ao ano, alta o bastante para restringir a oferta de crédito e o consumo de bens e serviços no país, as expectativas do empresariado paulista com o setor e a economia seguem pessimistas.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial paulista (ICEI-SP) registrou 48,1 pontos em novembro, ficando abaixo dos 49,9 pontos observados no mês anterior. Já o pessimismo quanto às condições atuais fincou em 44,6 pontos, mantendo-se abaixo da linha dos 50,0 pontos por mais um mês.
“A leitura é 1,5 ponto menor tanto em relação a outubro de 2023 quanto a novembro de 2022 (49,6 pontos em ambas as leituras), disse a Fiesp. Pessimismo disseminado em todos os portes de empresa, sendo: 45,1 pontos nas pequenas, 48,3 pontos nas médias, e 49,5 pontos nas empresas de grande porte”, observou.
Com a economia estagnada no terceiro trimestre, segundo estimativas do Banco Central, do Monitor do PIB e do próprio Ministério da Fazenda, os dados da sondagem da Fiesp para outubro apontam para um quarto trimestre em desaceleração, exigindo mais crédito e a queda acelerada dos juros, como defendem os empresários, não só da indústria, mas também do comércio varejista e do setor de serviços.