“Fica evidente a influência negativa do ambiente restritivo gerado pela manutenção da taxa de juros em patamar elevado, prestes a completar um ano em 13,75%”, destaca a entidade
Os resultados da Pesquisa Sensor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) de julho apontam para uma queda da atividade da indústria paulista no mês. De acordo com a entidade, a pesquisa marca as perspectivas das indústrias paulistas para o segundo semestre “e, novamente, fica evidente a influência negativa do ambiente restritivo gerado pela manutenção da taxa de juros em patamar elevado, prestes a completar um ano em 13,75%”.
O Sensor fechou em 47,2 pontos. O resultado é 0,8 pontos maiores se comparado ao mês de junho (46,5 pontos), ainda assim indica queda. A pesquisa considera que resultados abaixo dos 50,0 pontos indicam queda da atividade e levam em conta o tratamento sazonal.
O indicador de mercado (que representa o setor de atuação) registra 48,0 pontos no mês. Em comparação ao mês anterior (49,3 pontos), a queda é de 1,3 ponto, indicando piora das condições de mercado, que se repetem pelo quinto mês consecutivo.
Os estoques registram 41,7 pontos em julho e permanecem muito acima do planejado por mais um mês. O resultado é 2,1 pontos superiores aos 39,6 pontos registrados em junho. Os pontos sinalizam estoques acima do planejado desde o início de 2022.
O indicador de investimentos fecha julho com 48,6 pontos. O aumento de 3,1 pontos, é a maior variação entre os componentes da pesquisa na comparação com junho.
“Apesar da forte elevação, o resultado abaixo da linha dos 50,0 pontos indica perspectiva de redução dos investimentos no mês”, ressalta a Fiesp.
As vendas mantêm o cenário de estabilidade em julho, ao registrar 49,9 pontos, o resultado é exatamente o mesmo do mês anterior. O último fator analisado, o emprego registra 50,1 pontos, o único componente do Sensor acima dos 50,0 pontos.
Nesse cenário, a Fiesp mantém a projeção de queda de 0,5% da produção industrial em 2023.
Josué Gomes, presidente da entidade, vem se manifestando contra a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pelo Banco Central. “É inconcebível que um país tão rico como o Brasil, que oferece tanta segurança para aquele credor do nosso Estado, continue praticando taxas de juros tão mais altas do que os países com os quais nós competimos no cenário internacional”, declarou em reunião recente da diretoria da Fiesp, com a participação do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado como convidado.
O Banco Central mantém a Selic em 13,75% desde agosto de 2022.
A nota da Fiesp encerra reforçando a necessidade de redução da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, dias 1 e 2 de agosto, quando volta a se reunir para definir a taxa básica da economia, que, apesar da “evolução benigna do nível geral de preços”, mantém o Brasil campeão mundial de juros reais.