“Esta casa está ao lado do fortalecimento das instituições e do Judiciário”, declarou Josué Gomes da Silva, presidente da entidade
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, promoveu uma reunião conjunta dos Conselhos Superiores de Estudos Nacionais e Política (Cosenp) e de Assuntos Jurídicos (Conjur), com a presença do ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, na qual defendeu que o Judiciário exerce papel especial na consolidação das instituições para garantir mais igualdade e desenvolvimento. “Esta casa está ao lado do fortalecimento das instituições e do Judiciário”, declarou Josué.
“Ainda há muito a ser feito, mas tudo o que já construímos se deve ao fato de termos instituições fortes. Vivemos em um Estado democrático de direito no qual nenhum poder deve prevalecer sobre o outro”, afirmou ao abrir o evento realizado no dia 20 de junho. O encontro teve a participação dos presidentes do Cosenp, Michel Temer, e do Conjur, Cesar Asfor Rocha.
As declarações do presidente da maior entidade representativa da indústria é considerada uma sinalização de que que o comando da Fiesp não se alinhará à nenhuma investida golpista que desrespeite a Constituição e o Estado de Direito.
Questionado pela Folha, através de sua assessoria, afirmou: “a Fiesp estará sempre na defesa das instituições e do estado democrático de direito e [na reunião] prestou sua homenagem ao judiciário”.
Na reunião na Fiesp, Ruy Martins Altenfelder, presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas, iniciou sua fala declarando que “esta é uma casa política, mas não político-partidária”. Segundo ele, em qualquer situação, a prevalência é sempre da lei maior que, no caso do Brasil, é o texto da Constituição Federal. “Se não houver respeito e obediência ao Estado democrático de direito, chegaremos ao caos”, alertou.
Considerada um marco fundamental para a democracia, a Constituição de 1988 também foi defendida por Gilmar Mendes. “Vivemos o mais longo período de normalidade institucional, pelo menos ao se considerar a vida republicana, que começou em 1889. Isso se deve a essa Constituição”, afirmou o ministro.
Josué assumiu o comando da Fiesp em janeiro, após 17 anos de gestão de Paulo Skaf. O empresário, dono da indústria têxtil Coteminas, é filho do ex-presidente José Alencar (1931-2011), que foi vice-presidente nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas tem ressaltado que a sua gestão na Fiesp será apartidária.
Em fevereiro, em conversas com jornalistas, o presidente da Fiesp disse que Bolsonaro será lembrado pelos livros de história por ter produzido múltiplos ataques às instituições, às urnas, à vacina da Covid e à imprensa.