A segunda-feira (13) amanheceu com enormes filas nas agências da Caixa Econômica e da Receita Federal em todo o país, de trabalhadores informais, desempregados e necessitados de toda ordem que buscam pelo auxílio emergencial de R$ 600.
A absurda exigência do governo de que para ter direito ao benefício a pessoa esteja com o CPF regularizado e a dificuldade, como já era de se esperar, da grande maioria das pessoas em resolver os trâmites pelo aplicativo disponibilizado pela Caixa têm levado milhões de pessoas a terem que abandonar a sua quarentena e se exporem ao coronavírus em aglomerações nas agências.
Além disso, cresce o número de denúncias de pessoas que, mesmo atendendo a todos os requisitos solicitados, não estão conseguindo receber o dinheiro.
A dificuldade do governo em fazer com que o dinheiro chegue às mãos dos cidadãos, como a urgência da situação clama, e as exigências solicitadas, vêm gerando inúmeras críticas e desconfianças de que a intenção da equipe econômica é mesmo barrigar ao máximo a liberação do dinheiro e, ainda de quebra, obrigar milhões a saírem às ruas como bem quer o insano presidente.
“Eu tô sentindo que toda essa demora tem alguma coisa por trás, não demora cinco dias pra cruzar o CPF de alguém na receita. Os resultados já podiam ter saído. Pra quem precisa essa espera é uma tortura”, relatam usuários nas redes sociais. “Só quero saber se não estou só. Tem alguém aí que está no CadUnico, atende os requisitos, tem conta na Caixa e/ou BB (no meu caso tenho as duas), mas não recebeu o auxílio emergencial?”, questiona outra conta.
A confusão gerada pela incapacidade do governo tem feito com que, desde que o auxílio emergencial foi divulgado na semana passada, pessoas estejam virando a madrugada nos postos da receita ou da Caixa, como mostra a enorme fila que já se formava às 6h, em Campo Grande (RJ), na manhã desta segunda-feira.
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, antes das 8h, a fila já dobrava a esquina próximo a uma agência da Receita Federal. A situação se repetiu em todas as regiões do estado do Rio.
Em Pernambuco, a realidade foi a mesma, com aglomerações registradas em unidades da Caixa Econômica da Avenida Guararapes e de Afogados, assim como em Olinda, nas unidades de Rio Doce e Casa Caiada.
Jornais locais registraram as mesmas aglomerações enormes em todas as regiões do país.
Nas filas, as pessoas relatam que não conseguem acessar o aplicativo, não têm condições de preencher o formulário, querem informações sobre o auxílio ou precisam desbloquear a senha de cartões, entre outros motivos.
Como afirma, em reportagem do G1, a assistente social Deisy Viana: “Preciso desbloquear a senha do cartão para não ficar fazendo procedimento presencial”.
Deise, que chegou a agência às 6:30h e até às 10:30 ainda não tinha sido atendida, lamentou que o desbloqueio da senha precise ser feito na agência.
Segundo a Caixa Econômica Federal, até às 13h desta segunda-feira (13), 33,7 milhões de pessoas (entre informais, autônomos, desempregados e MEIs) já tinham se cadastrado, mas até quinta-feira (9), apenas cerca de 2,5 milhões de pessoas conseguiram receber o benefício. A expectativa é que o programa atinja 54 milhões de brasileiros.