O Ministério Público peruano citou a ex-candidata presidencial Keiko Fujimori – a filha do corrupto ditador que está preso – para que deponha sobre a “doação” que a Odebrecht assevera ter feito à sua campanha, de acordo com o jornal La República e que não consta da prestação de contas de sua campanha. Conforme o jornal, há inclusive uma anotação na agenda eletrônica do ex-executivo-chefe da Odebrecht, preso pela Operação Lava Jato brasileira: “aumentar a Keiko em 500 e fazer uma visita”.
O interrogatório deverá ocorrer no dia 9 de novembro, sendo que o promotor encarregado da investigação, José Domingo Pérez, deverá viajar ao Brasil para ouvir Marcelo Odebrecht, sobre a questão. À Operação Lava Jato, ele revelou ter entregue em 2011 um montante não especificado para a campanha da candidata do partido Força Popular, que então concorria contra Ollanta Humala (também propinado pela empreiteira).
A investigação em curso no Peru busca esclarecer a origem dos fundos milionários captados pela FP para as eleições de 2011 – já citada – e de 2016, esta vencida por Pedro Paulo Kuczynski. Conforme o partido, não foi corrupção, mas lídimo dinheiro resultante de coquetéis com entrada paga, embora não haja lista de participantes. Também consta uma ong norte-americana suspeita, que atende pelo nome de LVF Liberty Institute. Keiko não se elegeu, mas graças aos miraculosos coquetéis seu partido detém a maior bancada no parlamento peruano. Melhor que a bancada de Keiko, só a do Cunha na Câmara de Deputados brasileira.