Flávio Bolsonaro diz que “pensar em matar alguém não é crime”. Não só “pensaram” como planejaram
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como “01” disse que “pensar em matar alguém não é crime” e que “são repugnantes e antidemocráticas” as ações contra o grupo que planejou assassinar o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu cinco envolvidos no planejamento dos assassinatos. Outro alvo era o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Em suas redes sociais, Flávio Bolsonaro defendeu os criminosos e questionou a investigação. “Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas”, disse.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido”, continuou.
Ao contrário do que disse Flávio, o grupo não apenas “pensou em matar alguém”, mas planejou e esteve prestes a executar.
Os golpistas chegaram a se preparar para o golpe, que seria dado no dia 15 de dezembro de 2022, e se posicionar nas ruas de Brasília, mas acabaram abortando o plano, de acordo com mensagens obtidas pela PF.
As provas mostram que o grupo cogitou assassiná-los através de envenenamento ou com bombas.
A investigação identificou que Lula, Alckmin e Moraes passaram a ser monitorados pelo grupo um dia depois de uma reunião realizada na casa de Walter Braga Netto, então ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Bolsonaro.
Flávio Bolsonaro usou, ainda, suas redes para argumentar que o plano revelado pela PF era tão absurdo que, por isso, não era verdadeiro.
“Quer dizer que, segundo a imprensa, um grupo de 5 pessoas tinha um plano pra matar autoridades e, na sequência, eles criariam um ‘gabinete de crise’ integrado por eles mesmos para dar ordens ao Brasil e todos cumpririam?”, questionou.
Foi exatamente o que os investigadores descobriram ao encontrar um documento que criaria, no dia 16 de dezembro, esse gabinete de crise.
O órgão seria comandado pelos generais Augusto Heleno, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto, além do general da reserva Mário Fernandes e Filipe Martins.