O filho de Jair Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), o zero dois (02), disse que as Forças Armadas estão fazendo um “jogo político deslavado e sujo” ao cumprir a Constituição e defender a democracia.
Carlos viajou com seu pai para os Estados Unidos no final de 2022 e ainda não voltou para o Brasil.
O filho de Bolsonaro fez a reclamação contra as Forças Armadas em seu Twitter.
“Tenho vergonha do que se transformou a essência do alto escalão das Forças Armas [sic] do Brasil de primeiro de janeiro de 2023 em diante! Alegam não se meter em política, mas jogam o jogo político deslavado e mais sujo que ninguém jamais viu seus estrelados fazerem!”, diz a postagem.
Carlos Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público pelo esquema de corrupção de rachadinha, prática que consiste em desviar parte dos salários pagos aos servidores do seu gabinete.
As Forças Armadas estão no centro da discussão política desde que Jair Bolsonaro tentou arrastá-las para um golpe de estado, chamando-as de “minhas” Forças, constrangendo militares e demitindo comandantes que se recusaram a cumprir ordens ilegais.
Em 2021, Jair Bolsonaro chegou a demitir, de uma vez, o ministro da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica porque eles não embarcaram em suas ameaças contra a democracia.
Em setembro daquele ano, Bolsonaro entrou em conflito direto com a Constituição Federal, afirmando que não iria mais cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia seguinte, voltou atrás e pediu ajuda para o ex-presidente Michel Temer para que fosse escrita uma carta com um pedido de desculpas.
Mas, para Carlos Bolsonaro, o alto escalão das Forças Armadas estão equivocadas ao compactuar com a defesa da democracia.
O ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, foi demitido por Lula após se recusar a cumprir uma ordem legal e constitucional: a suspensão da nomeação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, para um batalhão das Operações Especiais por estar sendo investigado por corrupção.
Arruda convocou uma reunião do Alto Comando do Exército para tentar uma reação, mas os demais generais não aceitaram.
Foram os próprios generais membros do Alto Comando que lembraram a Arruda que Jair Bolsonaro submeteu as Forças Armadas à humilhação, no caso em que demitiu todos os comandantes, e não houve reação das tropas.
Em janeiro de 2023, as Forças Armadas também estão participando diretamente na missão de resgate e ajuda dos indígenas yanomami em Roraima, que foram abandonados por Jair Bolsonaro e seu governo em meio a invasões de garimpeiros.
Jair Bolsonaro disse que o caso era uma “farsa da esquerda”, sem explicar por que morreram, durante seu governo, 570 crianças yanomamis de desnutriçã e contaminação.