Por que você participou da reunião?”; “Fui convidado”; Mas por que?; “Não sei”, respondeu o jovem aprendiz do pai, sobre uma reunião montada por ele para fazer lobby para um empresário capixaba que bancou o seu empreendimento “Camarote 311”
A jornalista Débora Mergamasco, da SBT News, bem que tentou na quinta-feira (7) extrair do rapaz, assim que ele saiu da Polícia Federal, o que ele estava fazendo numa reunião ocorrida no Ministério do Desenvolvimento Regional, onde os empresários do Grupo Thomazini, seus apoiadores no Camarote 311, fizeram lobby de um projeto de construção civil do grupo.
Jair Renan esteve acompanhado o tempo todo do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Aquele mesmo que escondeu Fabrício Queiroz em sua casa para fugir da Polícia e da Justiça e era chamado de “anjo” por Queiroz e a mulher.
Wassef tentou justificar o lobby ilegal que Renan fez para os empresários dizendo que ele é um “digital influencer”. “Ele tem meio milhão de seguidores nas redes sociais. Ele faz trabalhos, e as pessoas querem se aproximar dele para fazer campanhas”, alegou o advogado.
Assista aqui ao show de mentiras
Renan marcou uma reunião dos empresários que o ajudaram em seu empreendimento chamado Camarote 311, com o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho
Perguntado a respeito ele negou.
“Eu não sei de nada. Eu não pedi nada ao governo federal. Eu não faço parte do governo federal”
“Mas, por que você participou da reunião?”, indagou a entrevistadora.
“Fui convidado”
Mas por que?
“Não sei”
Mas, por que você foi, então?
“Eu fui porque eu conhecia o pessoal lá”
“O senhor disse alguma coisa?”
“Não. Entrei mudo e saí calado”
“Quem participou”
“Não me recordo”
“Nenhum nome?”
“Não”
O empresário te ajudou em seu empreendimento?
“Não. Ele só expôs um material no meu Camarote. Foi uma permuta”
“Estava presente na reunião o senhor Joel Fonseca, assessor especial da Presidência. O que ele estava fazendo na reunião?”
“Não sei. Não sou do governo”
Só para refrescar a memória do filho de Bolsonaro. A reunião montada por ele contou com a participação do irmão mais velho de John Lucas, Jonathan Thomazini. Eles conheceram Jair Renan no Espírito Santo, sede da empresa. O filho do presidente foi até lá.
Os dois empresários são donos do grupo que atua na área de veículos e construções. Eles foram vender a ideia da construção de casas de pedra, especialidade da família.
Foi Jonathan Thomazini que foi a Brasília com Jair Renan para uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O assunto, como assinalou a repórter do SBT News, era tratar sobre o projeto habitacional “Casa de Pedra”, de inciativa do grupo empresarial capixaba.
John Lucas, irmão de Jonathan, contou tudo na época à revista Veja. Ele deu detalhes de como Jair Renan articulou o encontro, duas semanas após se encontrar com os Thomazini em Vitória: “O Renan começou tudo, levou para Brasília. O projeto foi enviado para o pai dele, que o encaminhou para o Ministério do Desenvolvimento Regional”.
Depois, a repórter perguntou sobre o carro que os empresários deram de presente para Renan. Um representante da Neon E. Motors informou ao jornal O Globo que o carro entregue a Jair Renan foi um “presente”. O carro foi registrado em nome de Allan Lucena, sócio de Jair Renan no empreendimento Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Jair Renan Bolsonaro recebeu um carro elétrico de R$ 90 mil da Neon E. Motors, pertencente ao grupo capixaba comandado pela família Thomazini. Jair Renan negou que tivesse ganhado o carro de presente.
“Após reunião você ganhou um carro de presente?”
“Fake news. Nunca ganhei esse carro”
“O carro não estava em seu nome, mas quem usava esse carro?”
“Era o Alan Lucena”
“Quem é Alan Lucena?”
“Era um amigo personal que eu fazia permuta por aulas na academia”.
“Por que ele ganhou um carro dos empresários que participaram da reunião?”
“Não sei. Não sou marido dele para saber das coisas”
Jair Renan fez lobby também na Secretaria da Cultura
“O senhor esteve na Secretaria da Cultura?”
“Não me lembro, acho que sim”
“Lembra do assunto que foi tratado?
“Não”
Foi sobre os Esportes digitais. Depois disso, o governo havia tomado uma decisão para isentar impostos para esse tipo de atividade. Foi uma isenção bilionária. Isso teve influência sua?
“Não. Não faço parte do governo federal”