O deputado Eduardo Bolsonaro, o mesmo que disse que invadiria o STF com um cabo e um soldado, viajou esta semana aos EUA, onde se encontrou com assessores do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.
Pelo tom das conversas, não estão descartadas confabulações também com algumas cabecilhas da Ku Klux Klan…
O objetivo da viagem, segundo o parlamentar, é “buscar parcerias com os EUA para pesquisar crimes financeiros das ‘ditaduras venezuelana e cubana’”.
Pelo jeito, o filho de Bolsonaro pretende ensinar Trump a produzir factoides e perseguir países…
Para tanto, prometeu congelar bens de venezuelanos e cubanos. Citou, para isso, a Convenção de Palermo (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional). Questionado se a Convenção de Palermo realmente poderia permitir essas ações, o deputado não soube responder.
“Se não for possível, disse o deputado, vamos estudar um novo tratado com os americanos para cercar as ditaduras do continente”.
Não se sabe porque o ‘ilustre visitante’ não conseguiu sequer uma sala para dar entrevistas na Casa Branca. De pé, nesta segunda-feira (26), na rua, em frente à sede do governo, ele afirmou que está estudando como fazer para melhor servir de linha auxiliar dos EUA em suas intervenções nos assuntos internos de países do continente: “Existem diversos instrumentos que o Brasil, por anos, de maneira proposital, não levou a sério. São instrumentos que estão à mão”, disse o deputado. “Se você for congelar tudo aquilo que remete e passa pelas ditaduras cubana e venezuelana, pode dar um calote muito grande nesses ditadores”.
Tradicionalmente, a política externa brasileira somente aceita sanções contra outros países, se decididas em organismos multilaterais, como a ONU.
Porém, o filho de Bolsonaro está propondo a política do “calote” unilateral – contanto que seja para seguir ou bajular o governo Trump.
Antes, pela manhã, o deputado já havia estado no Departamento de Estado e participado de um almoço no centro de estudos American Enterprise Institute, onde foi perguntado sobre a política de direitos humanos no futuro governo.
Eduardo Bolsonaro disse que seu pai está comprometido em respeitá-los. Segundo uma fonte presente, ele minimizou falas polêmicas do presidente eleito, mas que “o problema é que seu pai fala com o público e com a imprensa da mesma forma como se estivesse em um churrasco”.
SÉRGIO CRUZ