“Em 50 anos, Bolsonaro é o primeiro presidente a ir ao Vale do Ribeira”, disse Caio França, em elogio ao atual ocupante do Planalto
O filho de Márcio França (PSB), pré-candidato a prefeito de São Paulo, deputado Caio França (PSB), fez elogios a Jair Bolsonaro em evento realizado na quinta-feira (03) na cidade de Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira. “Em 50 anos, Bolsonaro é o primeiro presidente a ir ao Vale do Ribeira, uma região carente que não pode perder a oportunidade de ter essa relação [com o presidente] e tentar prosperar”, disse o deputado.
Essa é mais uma demonstração da aproximação de Márcio França com o bolsonarismo, depois que se lançou pré-candidato. Em inauguração na Baixada Santista no mês passado, Márcio apareceu em foto junto a Bolsonaro, causando irritação em integrantes das bases do PSB e PDT. Depois de elogiar Bolsonaro, o deputado Caio França fez críticas a Doria em relação à atuação no Vale do Ribeira. “Eu tenho críticas ao governo do estado e ao Vale do Futuro [projeto de Doria para a região]”, disse ele.
Ninguém com o mínimo de lucidez pode acreditar, que com a política econômica desastrosa da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, de cortes de investimentos, arrocho fiscal – mesmo durante a pandemia -, perseguição a servidores públicos e promessas de menos investimentos públicos ainda no futuro, possa representar alguma solução, como diz o deputado (referindo-se a Bolsonaro), para regiões que precisam tanto de investimentos e serviços públicos, como o Vale do Ribeira.
O deputado federal e ex-ministro Orlando Silva, pré-candidato a prefeito pelo PCdoB-SP, comentou recentemente que Márcio França (PSB) forçou a barra quando atribuiu a Bolsonaro a ajuda emergencial de R$ 600 reais para a população mais carente coo forma de enfrentar a crise da pandemia. Ele “dá sinais de que bolsonarizou de vez quando passa a atribuir o auxílio emergencial de R$ 600 a Jair Bolsonaro”, disse Orlando.
“Todo mundo sabe que Paulo Guedes e Bolsonaro queriam só R$ 200. E mais, a proposta do auxílio não foi do Poder Executivo, não foi encaminhada pelo presidente. Foi uma proposta construída no Congresso Nacional”, explicou o deputado em entrevista ao HP. O deputado lembrou que, assim que teve espaço, Bolsonaro já cortou e ajuda pela metade. Para Orlando, que também é pré-candidato à Prefeitura, Márcio França está “se utilizando de um contorcionismo para tentar pescar votos bolsonaristas em águas turvas”.
A aproximação de França com Bolsonaro, visando o voto dos seguidores do presidente em São Paulo para se contrapor a João Doria (PSDB), adversário político de Bolsonaro, desagradou internamente parte do PSB e do PDT, a principal sigla de sua coligação na eleição municipal. Os dois partidos de fazem oposição ao presidente no plano federal.